Após denunciar ter sido vítima de tortura dentro da 10ª DP (Botafogo), na Zona Sul do Rio, o homem afirmou, nesta quinta-feira (31), que foi agredido pelos policiais durante, pelo menos, três horas numa sala.

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Segundo o rapaz, que é funcionário de um ferro-velho na Região dos Lagos, policiais queriam forçá-lo a dizer que o dono do estabelecimento comercial tinha envolvimento com assaltantes de carros que agiam em Botafogo e foram presos. Ainda segundo a vítima, eles usaram métodos violentos.

"Me agrediram, me bateram, socos na barriga, tapa na cara, dois batendo na minha cara. Aí chegou um policial e mandou eu tirar a roupa, 'tira a roupa, fica pelado!' O policial foi em cima do armário e pegou o alicate e foi no meu pênis e pegou e apertou, aí eu comecei a gritar", contou.

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A Corregedoria da Polícia Civil do Rio (Coinpol) afirmou, na presença da chefe de polícia Martha Rocha, que investiga o caso. Segundo o delegado Gilson Emiliano, corregedor geral da Polícia Civil, a vítima contou que foi levada à 10ª DP por agentes da delegacia para tentar reconhecer dois suspeitos presos. De acordo com a denúncia, o caso teria ocorrido no dia 24 de março.

"Eu nunca esperava passar por isso aí. Eu quero eles na prisão para pagar o que eles fizeram", completou.

No dia seguinte à prisão, o rapaz procurou a corregedoria e denunciou o caso. O exame de corpo de delito comprova que a vítima sofreu lesão no órgão genital e na mão. Ainda segundo a polícia, o homem identificou um alicate encontrado na delegacia que teria sido utilizado para as agressões. A ferramenta foi encaminhada para perícia no Instituto Médico Legal (IML).

Comissão cobra solução

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), cobrou uma solução rápida da polícia. "Isso é muito grave, não é esse o papel da polícia. A polícia não pode ser o agente que comete o crime. A Secretaria de Segurança tem que responder por isso. A Polícia Civil tem que agir imediatamente", afirmou.

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A vítima identificou três policiais que teriam participado das agressões. Além deles, outros três agentes que estavam de plantão prestaram depoimento nesta tarde na Corregedoria. Segundo a Corregedoria, se ficar comprovado o envolvimento dos policiais civis na agressão e na tortura, eles poderão ser expulsos da corporação.

Penas variam de dois a oito anos de prisão

Ainda de acordo com a Corregedoria da Polícia Civil, as penas para o crime de tortura variam entre dois e oito anos de prisão. A chefe de Polícia afirmou que toda vez que houver esse tipo de comportamento de policiais civis, ela recomendará que se trabalhe com eficiência.

"Eu quero deixar muito claro a nossa transparência e o nosso compromisso de agir de acordo com a lei. Nós seremos sempre eficientes, rápidos e transparentes", disse Martha Rocha.