Quando manifestantes e soldados do pelotão de choque da Polícia Militar entraram em confronto, na manhã desta segunda-feira (24), na pequena cidade de Santo Antônio do Descoberto (GO), a 50 km de Brasília, o padre do Santuário de Santo Antônio, Marcelo Freitas, colocou-se entre as pedras dos moradores e as balas de borracha da polícia.
"Nunca tinha visto uma guerra, meu Deus do céu", disse ele ao G1. "Pedi negociação, pedi para conversar e dialogar com a polícia. Disse que se eles quisessem fazer algum ato que fosse agressivo e que fosse de direito do Estado, que não fosse dentro do terreno da igreja porque eu não dava essa autorização", complementou padre Marcelo.
Há cinco anos no comando do Santuário, padre Marcelo estava em casa e preparava-se para tomar o café da manhã, quando moradores bateram no seu portão pedindo socorro.
"Estava me preparando para tomar o café e visitar algumas comunidades quando ouvi os gritos de socorro. Aí alguns moradores se acolheram na minha casa e eu corri para abrir a igreja. Só que era tanta gente que não coube dentro da igreja", relata.
As imagens do padre, vestido de preto, correndo para abrir a igreja foram exibidas durante todo o dia na televisão. Questionado sobre a atuação, padre Marcelo disse que não é a primeira vez que a sua paróquia vira notícia. "Quando me proibiram de tocar os sinos da igreja, também foi assim."
O padre se refere ao episódio em que a Justiça emitiu uma determinação proibindo a igreja de tocar o sino para chamar a população para a missa.
"É que, antigamente, nós celebrávamos duas missas por domingo. Aí, esse número subiu para oito missas, e o sino começou a incomodar algumas pessoas", relembra o padre.
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