Boa parte dos especialistas acredita que a fortificação dos alimentos e a suplementação com micronutrientes sintéticos deve fazer parte do combate à fome oculta. "Os programas de fortificação geralmente têm a vantagem adicional de chegar a toda população e não apenas aos grupos de maior risco, de uma forma rápida e eficaz a um custo pequeno", defende a professora Andréa Ramalho. Ela destaca o sucesso da medida em diversos países como uma demonstração da "importância da parceria entre os setores público e privado no estabelecimento de metas para a saúde pública."

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Para a professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná, Silvia Rigon, esse é um assunto delicado e polêmico. Ela reconhece que algumas iniciativas tiveram sucesso, mas afirma ter receio da utilização excessiva de vitaminas e minerais e de conseqüências indesejadas, já que não há ainda uma pesquisa global sobre as deficiências e possíveis efeitos colaterais do excesso de micronutrientes, apenas estudos isolados.

De olho no impacto que doenças causadas pela má alimentação traz ao país – estima-se que o combate à fome oculta pode aumentar o PIB de uma Nação em cerca de 5% –, o governo tem desenvolvido algumas ações para melhorar não só a quantidade, como a qualidade dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro – de forma ainda lenta, dizem especialistas. "Nossa preocupação é construir uma política de alimentação saudável e adequada para toda a população", afirma o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Francisco Menezes.

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Matéria originalmente publicada no caderno Viver Bem, do jornal Gazeta do Povo, no do dia 4 de dezembro de 2005