CPI Análise do STF, só semana que vem

Brasília – O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), deve responder somente na próxima semana ao pedido de informações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso Mello, sobre a decisão de suspender a instalação da CPI do Apagão Aéreo.

Só depois da resposta por parte da Câmara é que o ministro do Supremo dará o seu parecer ao recurso da oposição (PSDB, PFL e PPS), que defende a instalação da CPI. O prazo legal para que Chinaglia responda é de dez dias. Ontem, ele explicou aos líderes que dará uma resposta cuidadosa e que não levará os dez dias, mas pelo menos uma semana.

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Brasília – Enquanto a confusão ainda persistia nos aeroportos, com atrasos nos vôos, ontem, a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, em Brasília, por pouco não levou deputados às vias de fato.

O clima pesado predominou durante todo o dia, com fortes ataques entre governo e oposição em torno da votação do recurso do PT contra a CPI do Apagão Aéreo. Mas o recurso do PT acabou sendo votado e aprovado por 39 votos contra 20. Agora, para que a CPI seja definitivamente suspensa, o relatório precisa ser aprovado pelo plenário da Casa.

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O líder da minoria, Júlio Redecker (PSDB-RS), chegou à reunião e acusou o presidente da CCJ, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), de tomar partido e não conduzir bem os trabalhos da comissão. "O senhor não estava presente e está correndo o risco de incorrer em leviandades", respondeu Picciani.

Irritado, Redecker se levantou e fez menção de que iria agredir Picciani, mas foi dissuadido pelo colega Sérgio Carneiro (PT-BA). "O senhor não tem direito de chamar nenhum deputado de leviano!", exasperou-se o líder da minoria.

O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), um dos mais atuantes membros da oposição durante o debate, se envolveu na briga: "Mais cedo o senhor também insinuou que eu estaria sendo leviano. Dirijo-me aos deputados de oposição da CCJ: precisamos obstruir os trabalhos da comissão mais importante desta Casa, por causa do comportamento de V. Exa., que não está tendo nem a hombridade nem a serenidade que essa comissão exige. Tivemos presidentes do PT aqui e nunca havíamos visto tanto destempero. As oposições não podem ser esmagadas; não podemos ter nossos direitos usurpados."

Picciani retrucou: "Se julga que a obstrução sistemática deve ser seu comportamento, explique isso à sociedade. Em nenhum momento o chamei de leviano, apenas pedi que não fizessem leviandades.

Na saída da reunião, alguns deputados disseram que a CCJ precisa refletir e repactuar os procedimentos, após a tempestuosa reunião. "Houve excessos de ambos os lados", avaliou o vice-líder do PT, José Eduardo Cardozo (SP).

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