O 1.º Fórum Internacional Cidades Amigas do Design, que começou ontem e vai até hoje em Curitiba, deu início a uma discussão importante que envolve o planejamento urbano: a inclusão dos designers como profissionais capazes de pensar os espaços das cidades, compartilhando um privilégio que costuma ser apenas de arquitetos e urbanistas.
Promovido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com o Centro Brasil Design e a ProDesign, o evento no Museu Oscar Niemeyer contou com a presença de especialistas da Índia, Estados Unidos e Polônia.
Tulio Filho, da ProDesign, reforçou a necessidade de designers estarem mais presentes na hora de pensar a cidade. "Temos que participar das discussões do Plano Diretor, de eventos como este, bater à porta do Ippuc. Senão, as coisas não irão acontecer. Podemos contribuir de forma absoluta no que hoje não funciona, como mobiliário urbano, por exemplo."
Para o presidente do Ippuc, Sérgio Pires, a prefeitura de Curitiba tem pensado o planejamento urbano agregando conceitos do design. "No início da gestão, executamos um primeiro projeto nesse sentido, de maneira singela, que são as Tubotecas. Também temos um embrião do que pretende ser o Conselho de Design de Curitiba", disse. Segundo ele, o evento desses dois dias é o início de um caminho para que Curitiba alcance o título de "Capital Mundial do Design", em 2018.
Social
Além de melhorar a vida nos centros urbanos, a discussão das cidades amigas do design tem por objetivo trazer desenvolvimento social e fomentar a economia, por meio de produtos inovadores para o mercado interno e externo. "Um grande desafio é atração de talentos e investimentos. Já temos boas iniciativas como o Hackathon, com o desenvolvimento de aplicativos em várias áreas, e o incentivo da bicicleta como modal. O design tem um papel chave no processo das pessoas entenderem que o espaço público precisa ser compartilhado", destacou o prefeito Gustavo Fruet.
Na manhã de ontem, o presidente do Conselho Internacional das Sociedades de Desenho Industrial (Icsid), Mugendi MRithaa, apresentou a experiência da Cidade do Cabo, na África do Sul, que ocupa o posto de Capital do Design em 2014. Com 60% da população em áreas urbanas, sendo que boa parte mora em favelas, a África tem grandes desafios na área de planejamento. "Quando se fala no Cabo, as pessoas pensam em montanhas isso é design natural. Mas temos o número mais alto de indústrias no continente. Temos usado o design como solução para moradias, inclusão social, arquitetura, moda e até turismo", enumerou.
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