O fato de a vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) ter dependido da adesão do PSDB no segundo turno mostra que a base aliada de Lula sai da eleição para a presidência da Câmara mais rachada do que o governo imaginava. Agora, PMDB, PP, PR e PTB se apressam a elencar as promessas feitas durante a campanha para cobrá-las na reforma ministerial.

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Os peemedebistas não escondem o que querem: dois ministérios para a bancada da Câmara, além dos espaços já ocupados pelo grupo dos senadores. O PP e o PR, cientes do avanço peemedebista e do apetite do próprio PT, se preparam para defender seus territórios na Esplanada, que são os ministérios das Cidades e dos Transportes. "Chinaglia e Lula terão de ter habilidade para fechar as feridas e desblocar a base aliada", diz o petista Walter Pinheiro (BA).

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Em casa – Ungido por José Serra líder do PSDB na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio (SP) marcou presença no jantar de encerramento da campanha de Arlindo Chinaglia (PT-SP), quarta, no Porcão. Paisagem – Enquanto Chinaglia prometia na tribuna repelir ataques a parlamentares, mensaleiros não-reeleitos ou cassados ornavam o plenário: Professor Luizinho (PT-SP), José Borba (PMDB-PR), João Caldas (PR-AL) e Pedro Corrêa (PP-PE). Software livre – Recém-convertido ao lulismo, Eliseu Padilha (PMDB-RS) desempenhou para Chinaglia função que lhe rendeu fama quando membro da tropa de choque de FH: a de controlador meticuloso do mapa dos votos. Pelo serviço, ganhou o apelido de "Linux". Roda para tucano e para petista. Sou eu – Ex-aliados e ex-inimigos, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PRTB-AL) se cumprimentaram no Salão Azul do Senado pouco antes da posse. Um visitante gritou: "Boa sorte, presidente". Era para Renan, mas foi Collor quem respondeu: "Muito obrigado!". Veja bem – A primeira pessoa que Collor cumprimentou no plenário foi José Sarney, que em 1990 se recusou a lhe passar a faixa em razão dos maus tratos sofridos na campanha. Vendo a cena, Roseana levou um susto, mas ponderou: "O plenário exige convivência pacífica".

Karaokê – Sérgio Cabral (PMDB) passou por saia-justa na posse dos parlamentares do Rio. O governador não sabia cantar o hino de seu estado. Das autoridades presentes, apenas a deputada estadual Graça Mattos (PMDB) se arriscou a entoar a letra. Amigos 1 – A Amem, ONG presidida por Marcos Arbaitman, ex-secretário de Esportes de SP, receberá R$ 432 mil do governo estadual. A liberação do dinheiro foi autorizada no fim da gestão Cláudio Lembo (PFL). "‘Só porque fui secretário não posso ajudar crianças de rua?", pergunta. Amigos 2 – O presidente honorário do conselho da ONG é João Dória Jr., cabo eleitoral de Geraldo Alckmin na eleição presidencial. O convênio já estava aprovado no início de 2006, mas a verba só saiu em dezembro. Rearranjo – De saída da Secretaria de Participação e Parceria de Gilberto Kassab (PFL), José Police Neto (PSDB) voltará à Câmara Municipal para assumir a liderança do governo. O deputado estadual eleito Ricardo Montoro (PSDB) assumirá a pasta. Eu faço – Mara Gabrilli deixará a Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida por um mês. Assumirá uma cadeira na Câmara paulistana para apresentar, de próprio punho, projetos de interesse de sua pasta. Depois, volta ao cargo.

TIROTEIO

* Do deputado Ivan valente (PSol-SP), sobre as citações bíblicas introduzidas no discurso de Arlindo Chinaglia (PT-SP) no esforço para conquistar os votos da bancada evangélica da Câmara.

– No meu tempo, a esquerda citava Marx, não Moisés.

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