Depois de 20 anos de espera, o famoso "esqueleto" do Centro Cívico, projetado para abrigar o Fórum de Curitiba, foi finalmente reformado e entregue ontem ao governo do estado pela construtora Thá, responsável pela reconstrução da obra.

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Em 2007 o prédio será ocupado por 12 secretarias do governo estadual, além do gabinete do governador, Casa Civil, Casa Militar e Cerimonial. A mudança para o novo endereço começa entre o Natal e o Ano Novo e deve ser concluída até março do ano que vem. A inauguração será no dia 1.º de janeiro de 2007, na posse do governador reeleito Roberto Requião.

A obra começou a ser construída em 1986 e ficou paralisada de 1990 a 2003 por causa de problemas estruturais e de execução (ver histórico ao lado). De acordo com o secretário estadual de Obras Públicas, Luiz Caron, a decisão do governo em recuperar o edifício aconteceu em 2003, quando o Tribunal de Contas listou 1.100 construções paralisadas. "O esqueleto era emblema de obra pública inacabada. Precisava ser finalizado porque tinha mais representatividade do que qualquer outro. Está localizado no coração do Centro Cívico e da administração do estado e, por isso, era visto diariamente pelos três poderes e por todos os moradores da cidade", diz Caron. A decisão também foi tomada após o anúncio oficial de que o Fórum de Justiça não iria mais ser transferido para o local. Segundo o governo do estado, foram investidos R$ 29,5 milhões na reforma.

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Mudança

A mudança das secretarias e do gabinete do governador beneficiará as reformas do Palácio Iguaçu, previstas para começarem no próximo ano. De acordo com Caron, após a revitalização o governo pretende usar o Palácio apenas como gabinete de representação e solenidades. "É uma maneira de preservar o patrimônio histórico da cidade e nós somos responsáveis por isso", destaca. Outro fator positivo será a junção de algumas secretarias que até então estavam localizadas no bairro Santa Cândida. "Não entendo porque deixar longe do gabinete do governador secretarias como a de Administração, Planejamento e Indústria e Comércio. Era preciso centralizá-las para facilitar também o acesso da população aos serviços públicos", enfatiza o secretário.

Reforma

Segundo o engenheiro Celso Martins, da Thá Engenharia, o principal desafio da obra foi a correção da estrutura do edifício. "Como ele foi construído com fundação irregular e fachadas tortas, era necessário um reforço estrutural por meio de novos pilares e laje armada. Também foram retirados os quatro últimos andares (por outra construtora), para garantir a execução da reforma com segurança, já que o antigo projeto não suportaria a atual edificação", afirma. Uma parte do material de construção removido foi reaproveitada dentro da própria obra e a outra parte doada para o Provopar Ação Social.

Do antigo projeto de 39.291 metros quadrados, o prédio atual ficou com 29.736 metros quadrados, incluindo subsolo (que será usado como estacionamento) e cobertura (onde será o salão de eventos, a cozinha e um escritório privativo). O gabinete do governador ficará no sexto (e último) andar do edifício. Ao todo, 24 grandes salões serão ocupados pelas secretarias. No térreo ficarão dois auditórios, um restaurante, a biblioteca e um espaço para abrigar futuramente uma agência bancária. Na fachada foram instaladas brises, chapas parecidas com persianas que são capazes de conter a luz solar e evitar o uso de cortinas. Uma "pele de vidro" também foi usada para valorizar a iluminação natural e, conseqüentemente, economizar energia elétrica. "É um exemplo de arquitetura inteligente. Além da modernidade dos materiais, o diferencial do edifício está na funcionalidade", explica Celso Martins. "Houve a preocupação com o reaproveitamento da água da chuva para a limpeza e também a implementação de um sistema de esgoto inteligente, que contempla duas redes: uma do esgoto cinza, gerado da água das torneiras, que será enviado direto para a rede de tratamento do próprio prédio, para depois ser reutilizado em vasos sanitários, e a rede de esgoto bruto, que vai direto para a Sanepar."

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