1 de 1
Em foto de 1935, pessoas posam na frente da primeira construção de Rolândia
Londrina - Depois de ser ameaçado de demolição, o Hotel Rolândia, marco histórico da cidade de mesmo nome no Norte do Paraná, deverá virar museu em um novo local. Na segunda-feira, a prefeitura de Rolândia anunciou a compra da construção por R$ 33 mil. A ideia é transferi-la da Avenida Presidente Vargas, na entrada da cidade, para as imediações do antigo terminal ferroviário, onde será criado o Centro Histórico de Rolândia.
Segundo o advogado Pedro Pereira, um dos herdeiros do hotel, a propriedade foi vendida há alguns meses e o valor pedido pelo terreno e pela construção cerca de R$ 2 milhões foi recusado pela prefeitura. Pereira não revelou quem comprou o terreno, mas disse que a madeira da edificação foi vendida para um depósito. No dia 12 de janeiro, a prefeitura anulou o alvará de demolição.
"O hotel estava prestes a ser derrubado. Tivemos que intervir, pois é um monumento histórico", afirma a prefeita em exercício de Rolândia, Sabine Giesen (o prefeito Johnny Lehmann está em férias até sexta-feira). A procuradora-geral do município, Miryan Siqueira Rosinski Alves, diz que a concessão do alvará não levou em conta uma lei municipal, que exige certidão atualizada da matrícula do imóvel, Anotação de Responsabilidade Técnica e certidão negativa de tributos municipais. Sabine Giesen espera que a compra da madeira seja concluída ainda nesta semana pela prefeitura.
Fundação
Primeira edificação da cidade, o Hotel Rolândia foi construído em 29 de junho de 1934 a data passou a ser considerada o dia de fundação do município. Segundo a historiadora e coordenadora do patrimônio histórico do Museu Municipal de Rolândia, Solange Aparecida Pretti, o hotel foi construído por Eugênio Victor Larinoff, um funcionário da Companhia de Terras Norte do Paraná, para hospedar compradores de terras.
Feito em peroba rosa, o hotel hospedou artistas como a atriz e humorista Dercy Gonçalves, a cantora Maysa e a dupla Tonico e Tinoco. O local também foi palco de bailes e eventos no início da colonização da região. Nos últimos anos, sem manutenção, recebia poucos hóspedes e mensalistas moravam em seus quartos.
Para ganhar vida nova, o hotel terá de abandonar sua função original e passar a receber visitantes. A edificação de 330 metros quadrados terá seus ambientes internos restaurados. Além do antigo hotel, o Centro Histórico terá o Museu Municipal e um espaço para obras do artista plástico Elifas Andreato, nascido na cidade.
"Já temos orçamento para a estação ferroviária e estamos levantando as verbas para o transporte do hotel. A área onde ele vai ser reconstruído já está sendo preparada", diz Sabine Giesen. "Não temos estimativa de prazo, mas creio que em alguns meses o Hotel Rolândia esteja reconstruído, para que todos possam visitá-lo."
Colaborou Amanda de Santa
