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Tratamento

O nome é enduro paraequestre, mas pode chamar de terapia

A cavalo: acometido por paralisia cerebral, Davi Lucas, é um dos membros da equipe paranaense de enduro paraequestre | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
A cavalo: acometido por paralisia cerebral, Davi Lucas, é um dos membros da equipe paranaense de enduro paraequestre (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

A paixão pelas cavalgadas e a vontade de proporcionar lazer para pessoas com deficiência levou uma funcionária pública de Curitiba a criar uma modalidade esportiva. Claudiane Crisóstomo Pasquali, praticante de cavalgada desde a infância, trabalha há dois anos na difusão do enduro paraequestre, uma competição de hipismo destinada a paratletas. A ideia surgiu meio por acaso e se transformou em uma experiência que está sendo replicada em outros estados.

Claudiane é praticante de enduro, uma prova de longa distância em que o conjunto (cavaleiro e cavalo) atravessa grandes distâncias, passando por matas, rios e pontes. De atleta, ela passou a organizadora a partir do interesse de um amigo que, após um acidente de moto que lhe tirou o movimento das pernas, passou a praticar a equoterapia – um método de estímulo muscular com a cavalgada. Ele gostaria de saber como participar de um enduro, já que, apesar da limitação física, montava relativamente bem.

"Seria impossível já de começo, quando o atleta precisa correr ao lado do animal, puxando-o pela rédea, e apresentá-lo aos juízes", relembra Claudiane. Mas ela percebeu que as adaptações eram possíveis. Começou a contatar outros centros de equoterapia à procura de mais interessados.

Início

A primeira prova de enduro paraequestre ocorreu em dezembro de 2011, com a participação de 20 competidores, em sua maioria crianças e adolescentes. Foram feitas alterações na estrutura do local da prova, como a instalação de barras no banheiro, e nos equipamentos de competição, como a colocação de uma rampa para que os cavaleiros pudessem alcançar a sela. O percurso foi encurtado. De 60 a 80 quilômetros, dependendo da prova, passou para 2 a 4 quilômetros. Os competidores são acompanhados por um cavaleiro auxiliar, montado, ou um auxiliar lateral, que segue a pé.

"Uma criança ganhou um troféu e ao chegar em casa, tarde da noite, foi acordar os vizinhos para mostrar a conquista", conta Claudiane. A aceitação entre os centros de equoterapia foi rápida, e novos interessados ligavam para saber quando seria o próximo evento. A novidade "vazou" para outros estados, levada pelos juízes que vieram ao Paraná para arbitrar a prova. Existe o registro de duas provas similares realizadas há cerca de uma década em Brasília, o mais importante centro de equoterapia do país, mas jamais havia sido feita uma competição nesses moldes.

A idealizadora passou a divulgar o enduro paraequestre junto a outras federações de hipismo. São Paulo já promoveu competições e Minas Gerais está a poucos meses de ter o seu primeiro evento. Enquanto isso, o Paraná já tem uma seleção estadual, composta por cinco atletas, que participou de uma prova em Bragança Paulista (SP) ao lado de competidores convencionais. Ficaram em 4.º lugar.

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