Curitiba – O primeiro líder de um partido de esquerda eleito presidente no Brasil agora vai em busca de um segundo mandato. Para chegar lá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá de apagar as manchas deixadas pelos escândalos que provocaram uma grande crise em Brasília. Em 2004, a acusação de que um dos principais homens de confiança do então ministro José Dirceu (Casa Civil), Waldomiro Diniz, negociava com bicheiros o favorecimento em concorrências, em troca de propinas e contribuições para campanhas eleitorais, gerou a primeira grande crise no governo Lula.

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Waldomiro Diniz era subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência. Em uma fita gravada em 2002, portanto antes do governo Lula, ele aparece negociando propina com o empresário do ramo de jogos, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Mensalão

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Em maio de 2005, foi criada a CPI dos Correios para investigar as denúncias de corrupção nas estatais, mais especificamente, nos Correios. Uma fita de vídeo mostrava o ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho negociando propina com empresários interessados em participar de uma licitação. No vídeo, o funcionário dos Correios dizia ter o respaldo do então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ).

Logo depois, Jefferson deu uma entrevista e denunciou o suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares da base aliada em troca de apoio político, o mensalão. O esquema era operado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Então foi criada a CPI do Mensalão, em julho, e concluída em novembro do ano passado. A comissão constatou que houve distribuição de recursos ilegais a parlamentares com periodicidade variável, mas constante em 2002 e 2003. No entanto, não foi aprovado um relatório final e as investigações não foram aprofundadas.

Paz e amor

Em 2002 a situação era outra. No dia 22 de agosto, durante um comício em Rio Branco (Acre), o então candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou os embates entre seus adversários e disse: "Lulinha não quer briga. Lulinha quer paz e amor". Este passou a ser o mote da sua campanha e sintetizou o discurso político da conciliação, do entendimento e da negociação. Era um novo PT. Tanto que passou a ser aceito pela direita do país.

Paraná

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No Paraná, embora lidere as pesquisas, Lula terá de vencer a rejeição, que é mais acentuada do que em outras regiões do país. O deputado federal Dr. Rosinha (PT) diz que para que isso ocorra a primeira coisa a fazer é mostrar o "conteúdo de preconceito" que existe nesta rejeição. Depois, completa, mostrar que o governo do PT fez mais pelo país em três anos e meio do que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O deputado estadual André Vargas, presidente do partido no estado, afirma que o mais importante é divulgar o que o governo federal tem feito pelo Paraná. "Muito não é divulgado ou o governo local se apropria", explica. O deputado estadual Natálio Stica concorda que é preciso mostrar o que está sendo feito, principalmente pela população de baixa renda.