Construção
Escolas paranaenses foram influenciadas por arquitetura francesa
As escolas não estão entre suas obras mais famosas, mas são marcantes para o arquiteto Romeu Paulo da Costa. Inspirado pelo modelo de construção escolar da França, país no qual morou por seis meses, o arquiteto trouxe para o Paraná um modelo de edifício iluminado e aberto.
Deixando de lado o modelo neocolonial, que predominava nas construções das escolas paranaenses até então, o arquiteto então contratado pelo governo do estado foi o responsável por prédios como os dos colégios Barão do Rio Branco e Pietro Martinez, em Curitiba, e de escolas em Ponta Grossa, Apucarana e Wenceslau Brás. "São formas mais iluminadas e que ele pôde colocar em prática por trabalhar para o governo", conta o historiador Marcelo Sutil.
Contemporâneos
Rubens Meister, David Azambuja, Edmir Dávilla, Leo Linzmeier Ayrton "Lolo" Cornelsen e Elgson Ribeiro Gomes foram alguns dos arquitetos contemporâneos de Romeu que ajudaram a impulsionar o modernismo no Paraná, especialmente em Curitiba.
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Modernas e funcionais são adjetivos que ajudam a entender as obras do arquiteto Romeu Paulo da Costa, mas bem que poderiam traduzir também a personalidade desse curitibano de 88 anos, que tem como um dos seus lemas "fazer todo dia algo nota dez". De entregador em uma chapelaria à expoente da arquitetura modernista da cidade, Romeu foi um dos pioneiros do estilo arquitetônico que marcou para sempre a paisagem curitibana.
As mais de seis décadas dedicadas por Romeu à guinada modernista tomada por Curitiba a partir de 1940 vêm à tona no momento do anúncio da reforma de um dos seus principais projetos, a Biblioteca Pública do Paraná (BPP), instalada no centro curitibano. O projeto de reforma do prédio, que ganhará um café e terá as laterais fechadas, será coordenado pelo arquiteto Manoel Coelho e deve ser colocado em prática no primeiro semestre de 2013.
O lema otimista do arquiteto octogenário foi descrito no livro Romeu Paulo da Costa: Vida e Arquitetura como um mantra repassado por ele aos seus familiares, mas também reflete sua obstinação pela funcionalidade de suas obras ideais que foram ao encontro do cenário político do início da década de 1950.
"Foi um conjunto de obras [modernistas] que transformou a paisagem do Paraná. Era uma representação do novo e um instrumento para mostrar a grandiosidade do estado. Eles [os modernistas] estavam no momento certo e na hora certa", afirma o historiador Marcelo Sutil, que, em parceria com o arquiteto Salvador Gnoato, é autor do livro sobre Romeu.
"Cara" de capital
O cenário ideal citado por Sutil foi impulsionado pelo projeto político do governador Bento Munhoz da Rocha Netto (1951-1955), que desejava dar uma "cara" de capital a Curitiba descrita até então como uma cidade com estrutura urbana colonial. Tal desejo passou à realidade com a construção do prédio da BPP, considerado precursor do conceito de biblioteca de livre acesso, no qual o usuário pode ir direto à prateleira, como em uma livraria.
Logo após a obra, Romeu foi à França, onde se embebedou ainda mais com os conceitos modernistas do arquiteto Le Corbusier, cuja obra julgava mais apropriada às condições climáticas brasileiras e à tecnologia. Enquanto isso, no Brasil, Rubens Meister, projetista da Rodoferroviária de Curitiba, dava seus primeiros passos para o projeto do Teatro Guaíra, e David Azambuja coordenava a equipe que ergueria os prédios do Centro Cívico todos eles marcos do cenário modernista da arquitetura curitibana.
Primeiros traços na chapelaria
Nascido em 25 de janeiro de 1924, Romeu Paulo da Costa desenvolveu seus primeiros traços quando ainda trabalhava em uma chapelaria curitibana. Ao demonstrar talento com o lápis, quando não estava fazendo entregas, ele era responsável por anotar preços em placas.
Foi no Colégio Bom Jesus, porém, que Romeu desenvolveu seus traços com histórias em quadrinhos e conheceu o futuro arquiteto Rubens Meister, que também desenhava. Ali se iniciava uma parceria que perdurou por décadas.
A dupla estreitou relações durante a graduação de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná, que até então não tinha curso de Arquitetura. Ainda estudantes, eles ganharam um concurso para a construção do Panteon dos Heróis da Lapa. Apesar de a obra não ter sido executada, o primeiro lugar pode ser considerado um dos passos mais importantes para a consolidação de Romeu e Meister como dois dos arquitetos que mais ajudaram a transformar a paisagem curitibana.
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