O pai de Paulo vive nas alturas

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Eles são quase iguais. Um é Paulo Henrique Schmidlin. O outro Henrique Paulo Schmidlin. Ambos são muito altos e com rosto parecido, montanhistas convictos e engajados na defesa do meio ambiente. A diferença é que Henrique tem 77 anos e Paulo apenas 24. "Ele costumava me dar muito trabalho quando voava de paraglider", surpreende Paulo, sobre Henrique – o pai – o conhecidíssimo Vitamina, nome de guerra do misto de cientista, visionário e ativista.

Paulo se orgulha de ser filho do Vita, mas que dá trabalho, ah, isso dá. O setentão surra a moçada no quesito energia na terra e no ar. Sempre foi assim. Não por menos, o filho teve de aprender a dividi-lo desde cedo. Os amigos de rua e de colégio ficavam enlouquecidos quando conheciam aquele pai que mais parecia saído de uma fábula, sempre de gravata borboleta e tênis, contando histórias incríveis da Serra do Mar, ainda hoje, uma extensão de sua casa.

"Não sinto ciúmes. É um prazer dividir o meu pai com outras pessoas", avisa o rapaz – que é formado em Biologia e trabalha em projetos de resgate do mico-leão-de-cara-preta. A dupla, mais a filha Lúcia, hoje com 28 anos e também bióloga, coleciona aventuras domésticas dignas da estirpe Vitamina. O pai, por exemplo, ensinou os dois filhos tardios a escalar o berço e a subir e descer escada quando ainda engatinhavam. Provavelmente se tratava de uma estratégia de treinamento para chegar ao Olympo – o ponto mais alto do Pico Marumby.