Fios desencapados ou remendados, falta de manutenção na rede elétrica, vários aparelhos ligados na mesma tomada. Situações como estas, que muitas vezes passam despercebidas, podem ser mais perigosas do que se imagina. De janeiro até o início deste mês, o Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergências (Siate) registrou 60 atendimentos pré-hospitalares de pessoas atingidas por choques elétricos no Paraná, com nove mortes. A previsão de especialistas é que os números totais deste ano superem os de 2005, quando foram registrados 77 atendimentos e 11 mortes.
Índices como estes e a aparente falta de preocupação com o perigo que representam instalações antigas e "gambiarras" levaram a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, que congrega 51 empresas de todo o país, a promover a 1.ª Semana Nacional da Segurança com Energia Elétrica, campanha que começou na segunda-feira. Até o próximo domingo, equipes farão blitz educativas e darão palestras de conscientização em escolas, construções, cooperativas e terminais rodoviários. No Paraná, a Copel disponibilizou cerca de 300 voluntários.
Orientação
Segundo Maurício Rocco, técnico de segurança no trabalho da Copel, o principal objetivo é orientar a população para procurar especialistas na hora de reformas ou consertos. "As pessoas devem ser manter longe dos fios de eletricidade. Quem mexe com eletricidade precisa ter equipamentos especiais e treinamento", orienta. O especialista também deve ser chamado se houver a intenção de ligar vários aparelhos em um mesmo cômodo. "Pode haver um mau dimensionamento dos fios. O técnico deve indicar a bitola, há cálculos para a escolha do fio ideal."
Além das ligações malfeitas, um dos maiores perigos dentro de casa é a sobrecarga da rede, com vários aparelhos ligados em uma mesma tomada. "As pessoas costumam utilizar o Benjamin (também conhecido como T), mas este não é um aparelho de boa qualidade, não suporta uma corrente muito alta. Jamais deve ser utilizado para ligar um freezer, um microondas e uma geladeira, por exemplo", diz Rocco. "A maior parte dos acidentes acontece por desconhecimento e ignorância a respeito do perigo."
Um dos sinais de que a rede está sobrecarregada é quando o chuveiro desliga automaticamente em banhos demorados. Uma orientação do engenheiro civil Cláudio Slosaski, especialista em manutenção de edifícios e professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), é para o consumidor nunca aumentar a capacidade do disjuntor (aparelho que mede a sobrecarga), a fim de evitar que o chuveiro desligue. "Desse jeito, a pessoa mascara o problema e tira a proteção", alerta.
Os riscos com a energia elétrica não ficam limitados à casa. De acordo com Rocco, as construções estão constantemente expostas ao perigo. "Há andaimes de ferro e outros materiais condutores, que podem tocar um fio de alta tensão", afirma. "O importante é o construtor observar bem o local e ver se não há nenhum fio por perto."
Slosaski diz que futuros problemas elétricos podem ter origem na obra. "Há um projeto para a instalação da rede elétrica, mas dificilmente o projeto é seguido", revela. "Muitas vezes a trajetória dos fios é mudada, o que pode gerar problemas." O engenheiro recomenda que a rede elétrica de prédios seja vistoriada a cada cinco anos. Outras situações de risco são verificadas em áreas rurais e locais onde crianças empinam pipas. "Muitas crianças sobem no poste para tentar recuperar as pipas que ficam presas", lembra Rocco. Segundo ele, a cada mês um eletricista morre no Brasil em decorrência de descargas elétricas.
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