"Por vezes, sentimos que aquilo que fazemos não é, senão , uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota". Mesmo depois de muito tempo, a máxima de Madre Teresa de Calcutá continua atual. Ainda mais no que tange a questões definitivas, como as escolhas que fazemos e que podem determinar a manutenção da vida no planeta.
Relativamente recente, a questão ambiental ainda não recebeu atenção suficiente, principalmente no setor privado. Apesar de a palavra sustentabilidade estar inserida no vocabulário de muitas pessoas e empresas, a conservação da biodiversidade ainda não se tornou alvo de ações efetivas. A discussão, neste caso, é se preservação e desenvolvimento econômico são bandeiras conflitantes. Não são. É impossível dissociar a economia global da biodiversidade. Por exemplo, toda indústria ou cadeia produtiva usa água na sua produção. Mas como manter a qualidade desse recurso sem proteção de mananciais e da biodiversidade a ele associada?
A conservação da natureza está além da proteção de paisagens, animais e plantas. Ela é fundamental para prover serviços ecossistêmicos como água, ar e a regulação do clima, indispensáveis para a manutenção dos ciclos econômicos e da vida no planeta.
Há 20 anos, quando poucas empresas enxergavam essa necessidade, O Boticário decidiu ser uma gota num mar desbravado. Nascia assim a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. Desde então, a instituição consolidou-se como uma das principais financiadoras de projetos de conservação no país, tornou-se referência em manejo de reservas privadas, inovou na criação de um mecanismo de pagamento por serviços ecossistêmicos em áreas de manancial, e também mobiliza a sociedade para que mais instituições e pessoas contribuam para a causa conservacionista no país.
O exemplo da Fundação, que hoje tem o Grupo Boticário como seu principal mantenedor, mostra que é possível e viável, para o setor privado, inserir a biodiversidade na sua agenda e realizar ações efetivas que vão além do cumprimento da legislação ambiental. Todas as empresas que também assumirem compromisso semelhante estarão na vanguarda de um movimento que tende a ser irreversível.
Nosso maior adversário, no entanto, é o tempo. Certas ações precisam ser imediatas. Principalmente, quando se trata de um oceano que não tem outro nome senão vida.
Malu Nunes é engenheira florestal, mestre em Conservação da Natureza e diretora executiva da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.
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