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Tucanos

O PSDB é refém da disputa Serra–Aécio, afirma Fruet

Brasília – As disputas internas no PSDB afastaram o deputado federal Gustavo Fruet de um cargo na Executiva Nacional do partido. Indicado para a secretaria-geral ou vice-presidência da legenda, ele foi preterido de última hora. A situação do paranaense simboliza o clima de batalha entre os partidários dos presidenciáveis Aécio Neves e José Serra, que domina o 3.º Congresso Nacional dos tucanos.

O evento, que começou ontem, também é marcado pela denúncia encaminhada ontem pela Procuradoria-Geral da República do "mensalão tucano", que atinge principalmente o senador mineiro Eduardo Azeredo. A eleição dos 17 membros da nova Executiva ocorre hoje, no encerramento do encontro. O prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o senador Alvaro Dias já fazem parte desse grupo e devem ser mantidos, mas distantes dos principais cargos.

Na prática, a escolha já está definida e deve apenas ser referendada. Há duas semanas, Fruet foi procurado pelo grupo mineiro ligado ao governador Aécio para ocupar a secretaria-geral, segundo cargo na hierarquia do partido. Depois, por decisão do próprio Aécio, ele foi substituído pelo deputado Rodrigo Castro, também de Minas Gerais.

Restou ao paranaense a vice-presidência, que logo depois passou a ser cobiçada pelo grupo de Serra. O posto, no entanto, deve ficar com a senadora Marisa Serrano (MS). "Vou abrir uma loja de tapetes", ironizou Fruet, ao falar das rasteiras que recebeu dos próprios colegas de legenda.

O deputado destacou que a divisão interna é uma "armadilha", que está longe de ser superada. "O PSDB é refém da disputa Serra–Aécio. Essa tensão vai chegar a um ponto insustentável e a única solução é encarar a disputa abertamente."

O Paraná é o terceiro estado em número de delegados que participam das eleições de hoje – perde apenas para São Paulo e Minas Gerais. Cinco deputados estaduais e vários prefeitos paranaenses participam do congresso. Para o presidente estadual da legenda, deputado estadual Valdir Rossoni, é "saudável" manter a neutralidade na briga entre partidários de Aécio e Serra.

Contrariando as principais lideranças nacionais do partido, como o presidente de honra Fernando Henrique Cardoso, Rossoni saiu em defesa de Eduardo Azeredo. "Se o Eduardo é culpado do mensalão mineiro, o Lula também é culpado do mensalão na Câmara dos Deputados. Ambos eram os chefes quando os escândalos aconteceram. É assim que as coisas devem ser encaradas."

Apesar do clima de tensão, Beto Richa defendeu que o partido "vive um momento excelente". Ele desembarcou ontem à noite em Brasília e não participou do primeiro dia de debates. "A formação de uma chapa única mostra que o partido tem unidade, que mantém o compromisso de fazer uma oposição com responsabilidade."

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