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Economia

Confira alguns ganhos proporcionados pela reciclagem de diferentes materiais:

Alumínio

- Para cada tonelada de alumínio reciclado, deixa-se de extrair cinco toneladas de minério (bauxita).

Vidro

- Quando se evita a produção de um quilo de vidro, economiza-se o consumo de 1,3 quilo de matéria-prima (sílica, areia, felaspato, barrilha e outros), ou um quilo de caco de vidro reciclado.

Papel

- Para cada 60 quilos de papel reciclado evita-se que uma árvore seja cortada.

Plástico

- O plástico, sendo reciclado, pode se transformar em uma infinidade novos produtos.

Óleo

- Se um litro de óleo de cozinha não for despejado no rio, deixaremos de poluir 1 milhão de litros de água.

Só 14% da população brasileira conta com serviços de coleta seletiva de lixo e, pior, apenas 3% dos resíduos sólidos urbanos recolhidos no país são destinados à reciclagem, segundo dados do Instituto de Pesquisa Eco­nômica Aplicada (Ipea), divulgados em maio deste ano. Apesar da porcentagem reduzida, a reciclagem chega a movimentar R$ 8 bilhões por ano, em todo o país, de acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), uma associação empresarial dedicada à promoção da reciclagem.

Mas como o plástico, o vidro, o alumínio e o papel que saem da sua casa são reaproveitados, gerando renda e economizando recursos naturais? Em Curitiba, onde há 21 anos funciona o programa Lixo que não é Lixo, os resíduos recicláveis coletados pelo sistema vão para a Unidade de Valorização de Rejeitos de Campo Magro, região metropolitana. Neste local, é feita a separação, a pesagem, o enfardamento e a estocagem do material, posteriormente vendido como insumo para as indústrias de transformação.

Outro destino são as nove associações e a cooperativa de catadores de papel, entidades cadastradas no projeto Eco Cidadão, também apoiado pela prefeitura. De acordo com a coordenadora, Ana Flávia Nogara Souza, as instituições estão cada vez mais empenhadas em implantar sistemas de beneficiamento dos materiais, enquadrando-se nas exigências das indústrias consumidoras para eliminar os intermediários e garantir melhor renda aos catadores associados e cooperados. Na indústria, cada tipo de material recebe uma destinação específica. Confira algumas delas nesta página.

Plástico

O plástico é considerado um dos materiais mais difíceis de ser reaproveitado. Os diferentes tipos de resina plástica, que não podem ser misturadas entre si para não perder qualidade, acabam dificultando o processo de reciclagem. Mas a evolução do mercado e os avanços tecnológicos têm impulsionado novas aplicações do material.

Em Curitiba, por exemplo, na empresa Engeplas, que oferece produtos desenvolvidos a partir da reciclagem de vários materiais, é possível encontrar telhas feitas com tubos de pastas de dente ou ainda a ecovassoura, cujas cerdas são confeccionas com plástico PET.

Aliás, o índice de reciclagem de garrafas de PET cresce à taxa de dois dígitos anualmente, segundo a associação brasileira do setor. Hoje, 17% do material consumido no país é reaproveitado pela indústria. A maior parcela vai para o setor têxtil, que consome 40% do volume atual, produzindo cordas, fios de costura, carpetes ou mesmo roupas. Fabricante de laminados para revestimento de móveis e madeiras em geral, a empresa gaúcha Lamiecco encontrou uma utilidade inovadora para o plástico ao desenvolver um laminado feito a partir da reciclagem total de garrafas plásticas. Para cada três metros do produto são aproveitadas 40 garrafas PET.

Óleo de cozinha

O óleo de cozinha usado e a gordura são substâncias que não se misturam com a água e que, quando jogados diretamente no ralo da pia ou no lixo, poluem córregos, riachos, rios e o solo, além de danificar o encanamento das residências e prédios. A poluição pelo óleo faz encarecer o tratamento de água em até 45%, além de agravar o efeito estufa, uma vez que o contato da água poluída pelo óleo ao desembocar no mar gera uma reação química que libera gás metano, componente considerado mais agressivo que o gás carbônico.

A empresa Timbu descobriu uma forma de reduzir o descarte do óleo de cozinha usado, recolhendo o que é consumindo por seus funcionários e fazendo, todos os meses, o repasse para a Casa do Sabão, criada pela Engebio Soluções Ambientais. Cada litro de óleo arrecadado é trocado por uma barra de sabão de 200 gramas, feito com o material reciclado. Além de sabão, o óleo de cozinha pode ser reaproveitado para produzir resina para tintas, detergentes, glicerina, ração para animais e biodiesel.

Lata

Há nove anos consecutivos, o Brasil leva o troféu mundial de reciclagem de latas de alumínio, reaproveitando 96,5% das usadas e com grande possibilidade de chegar a 100%. É a previsão da Associação Brasileira de Alumínio (Abal).

A reciclagem do metal é ambientalmente muito interessante, pois evita a retirada de minérios do solo, minimizando o impacto ambiental acarretado pela atividade mineradora, além de reduzir o volume de água e energia necessários para a produção de novos artigos. Esse princípio vale para todos os tipos de metal. Entretanto há maior interesse no alumínio, o que determina aumento no valor de venda do material. Para se ter uma ideia, a sucata de latas de alumínio vale atualmente 33 vezes mais do que as de aço e 55 vezes mais que as garrafas de vidro. Desde a produção da latinha na fábrica até a sua volta aos centros de reciclagem, o tempo é de dois meses.

Papel

A partir do papel artesanal é possível confeccionar papéis de carta, marcadores de livros, porta-retratos, porta-lápis, capas de caderno, livros, cartões de visitas, envelopes, convites, papel, embalagens de presentes e até casinha para cachorro (foto), entre muitas outras possibilidades.

Cerca de 40% do lixo urbano é papel. A reciclagem industrial de papel atualmente recupera 30% do material descartado no Brasil, com grandes vantagens para o ambiente. Cada tonelada reciclada poupa, em média, 60 eucaliptos adultos, dois barris e meio de petróleo, 50% da água usada na fabricação convencional (ou 30 mil litros) e o volume de cerca de três metros cúbicos nos lixões e aterros. A reciclagem do produto também gera menos poluição da água (65%) e do ar (26%) do que a fabricação a partir da celulose virgem.

Calcula-se que 43,7% de todo o papel que circulou no país em 2008 retornou à produção, existindo ainda uma grande quantidade de aparas de papel que são usadas em outros produtos como a fabricação de telhas e cujo volume não é computado nas estatísticas. Se do total de papel que circulou no país, retiramos os que não são passíveis de reciclagem, temos uma taxa de recuperação de 50,8%.

Vidro

O vidro é usado para a produção de embalagens, vasilhames, vidros planos lisos (vidro de janelas), cristais, panelas, lâmpadas, miolo de garrafas térmicas e muitos outros artigos. Ele apresenta a vantagem de poder ser reutilizado, pois possibilita sua esterilização, com alto grau de segurança. O uso de embalagens reutilizáveis foi uma prática ambientalmente adequada muito difundida até poucos anos, quando começaram a ser substituídas pelas embalagens plásticas ou mesmo de vidro, porém descartáveis.

Na prática, a reciclagem do vidro é restrita devido ao pouco interesse econômico demonstrado pela indústria. As exigências para coleta do produto são muitas (exige-se o armazenamento de um volume muito grande para retirada) e o preço de comercialização é muito baixo.

O desinteresse econômico na coleta de vidros para reciclagem é difícil de ser compreendido, se levarmos em conta que a inclusão do caco na produção reduz os custos, exigindo menor uso de óleo combustível e eletricidade, sem contar as vantagens ambientais da redução da retirada de matérias-primas da natureza, redução na emissão de gases na atmosfera e a economia de espaço nos aterros.

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