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Parte da fábrica da Álcool da Ilha, em Curitiba, foi destruída no domingo por um incêndio causado por balão | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
Parte da fábrica da Álcool da Ilha, em Curitiba, foi destruída no domingo por um incêndio causado por balão| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Empresa

Fábrica de álcool não vai parar

Vitor Geron

As atividades da fábrica Álcool da Ilha não serão suspensas por causa do incêndio que destruiu parte da empresa, na noite de domingo, no bairro Taboão, em Curitiba. De acordo com o proprietário, Amir Sanson, o setor afetado terá as atividades transferidas provisoriamente para outra área. Ele ainda garantiu que não haverá demissões na fábrica.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, a fábrica da Álcool da Ilha, que fica na Rodovia dos Minérios, pegou fogo por volta das 18h20 no domingo. Nove viaturas da corporação foram deslocadas para o local e as chamas só foram totalmente controladas às 21 horas. Até o início da tarde de ontem, eles continuavam no local para evitar novos focos. Com a situação controlada, os funcionários da brigada de incêndio ficaram responsáveis por monitorar a fábrica.

De acordo com Sanson, um perito da seguradora e um da polícia iriam vistoriar a fábrica ainda ontem para que fosse possível precisar exatamente o prejuízo e quais reparos serão necessários. O empresário estima que as perdas causadas pelo incêndio chegam perto de R$ 15 milhões.

O incêndio em uma fábrica de álcool em Curitiba causado por um balão, na noite de domingo, mais uma vez trouxe à tona os riscos da "brincadeira", que, apesar de proibida por lei, ainda mobiliza grupos de praticantes em todo o país. Somente nos últimos cinco anos, 506 balões foram apreendidos pelo Batalhão de Polícia Ambiental em todo o Paraná e 225 pessoas foram autuadas em flagrante.

Ontem à tarde, agentes do Corpo de Bombeiros ainda trabalhavam para apagar os resquícios do incêndio que destruiu grande parte da empresa Álcool da Ilha, no bairro Taboão. O balão que iniciou o incêndio teria saído do bairro Lamenha Pequena, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana. A polícia não tem pistas dos responsáveis.

O Corpo de Bombeiros não tem estatísticas sobre o número de incêndios causados por balões no estado, mas reforça que a prática é mais comum durante o inverno, de junho a agosto. O período, que se confunde também com a época das festas juninas, é considerado pelos próprios baloeiros como o mais propício para a soltura. As consequências da atividade, como se comprovou no incêndio de domingo, podem ser graves.

"O percurso do balão depende unicamente da direção do vento. Então, ele pode cair em qualquer lugar. Ontem [domingo], caiu coincidentemente na empresa de álcool. Mas podia cair em cima de uma subestação de energia ou de uma residência, por exemplo", reforça o major Maurício Aliski, do Corpo de Bombeiros.

Organização

Segundo o comandante do Batalhão de Polícia Ambiental, coronel Daniel Jacinto Berno, a ajuda da comunidade para coibir a prática é fundamental, já que normalmente os grupos utilizam locais isolados para soltar os balões, como chácaras e pedreiras. "São grupos organizados, com equipes diferentes para fazer a soltura, o resgate e acompanhar o percurso", relata Berno.

A Lei de Crimes Ambientais, que condena a prática, prevê detenção de um a três anos. A prisão, nesse caso, precisa ser feita em flagrante, no momento da soltura, do transporte, do recolhimento ou até da fabricação do balão. A grande maioria das apreensões e prisões ocorre por meio de denúncias da comunidade.

"É um trabalho difícil, já que muitas vezes nem sequer temos acesso aos locais onde os balões são soltos. Por isso, precisamos muito da colaboração da população", afirma o comandante da Polícia Ambiental. As multas acabam sendo as penalidades mais comumente adotadas contra os baloeiros. Entre 2006 e 2008 as multas expedidas para os praticantes flagrados pelo Batalhão de Polícia Ambiental chegaram a R$ 1 milhão.

A última grande operação contra baloeiros aconteceu no início de junho, quando dez pessoas foram flagradas no momento em que se preparavam para soltar um balão, em uma pedreira desativada em Campo Magro, região metropolitana de Curitiba. Elas foram presas e receberam uma multa de R$ 2 mil cada uma. Com o grupo, foi apreendido um balão de 12 metros. O Batalhão de Polícia Ambiental chegou ao grupo após denúncias.

Serviço:

Denúncias anônimas podem ser feitas no telefone 0800-643-0304, do Batalhão de Polícia Ambiental, ou pelo 190.

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