Uma São Paulo fervendo e sedenta de chuva que ponha fim a uma das piores crises hídricas de sua história completa, neste domingo, 461 anos.
A terra da garoa parece engasgada em seu próprio apelido e não consegue escapar da seca que castiga a região há meses.O nível da Cantareira, o sistema que abastece 6,5 milhões de moradores (um terço da população da região metropolitana), é agora tema de qualquer jantar.
Caminhar pela rua ao meio-dia passou a ser um esporte de risco e os ventiladores desapareceram das lojas.
Inclusive na Avenida Paulista, coração financeiro da cidade dos negócios, os executivos não resistiram ao calor e mudaram seus elegantes trajes por roupas mais leves, uma revolução para uma calçada caracterizada pela elegância, inclusive, a mais de 30 graus.
Nem sequer o parque do Ibirapuera, o pulmão verde de São Paulo, é um bom esconderijo para as altas temperaturas, embora as múltiplas sombras de suas árvores sirvam de refúgio por alguns instantes.
Por isso, os habitantes da maior cidade sul-americana "quebram a cabeça" pensando em como reutilizar a água.
E, apesar de tudo, há chuva. Ela cai de forma pontual no final do dia e causa inundações e estragos, porém, sempre longe do principal reservatório.
Mais de mil árvores foram arrancadas pelas forças das chuvas neste ano e pelo menos 800 mil residências sofreram com cortes de eletricidade.
Uma grave situação que ameaça desestabilizar o cotidiano dos habitantes da multicultural São Paulo, construída graças ao apoio, força e empurrão da imigração, principalmente de japoneses, italianos e portugueses.
Toda essa crise fez o Governo de São Paulo, liderado por Geraldo Alckmin, reconhecer pela primeira vez que existe racionamento na provisão de água no estado mais rico e povoado do Brasil, com mais de 40 milhões de habitantes.
Mas os sérios e grandes problemas da maior cidade sul-americana não imperdiram as celebrações pela fundação da cidade.Este aniversário, como é tradicional nos últimos anos, esteve acompanhado de uma nutrida e variada programação esportiva e cultural, nas quais ganhou destaque um passeio ciclístico matutino pelas principais avenidas do centro e que promoveu o uso da bicicleta como meio de transporte para driblar o caótico trânsito.
A Prefeitura dispôs de cinco palcos abertos em cada uma das regiões da metrópole para a apresentação de grupos musicais de diversos gêneros, com destaque para Jorge Ben Jorge e a roqueira Pitty.
As exposições também ocuparam seu espaço no aniversário paulistano, como a de fotografias de refugiados do acervo da ONU inaugurada neste fim de semana no Centro Cultural São Paulo, a do caricaturista Paulo Caruso e a de imensas filas para ver as obras de gigantismo do australiano Ron Mueck na Pinacoteca.O trólebus turístico que percorre o centro da cidade operou com uma rota e preços especiais por causa do aniversário.
Assim, 461 anos depois que um grupo de jesuítas colocou a primeira pedra da igreja que realizava a conversão do apóstolo Paulo, no chamado Pátio do Colégio, a "cidade cinza" amanheceu neste domingo com altas temperaturas e à espera da chuva.
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