Em cada etapa do sistema, o candidato teve entre cinco ou três dias para escolher no site http://sisu.mec.gov.br uma opção de curso entre as 51 instituições federais participantes. A partir do segundo dia, é possível acompanhar diariamente se o desempenho é suficiente para obter a vaga. Uma nota de corte é estabelecida em cada um dos cursos, que muda a cada dia, conforme a concorrência. Isso porque é possível alterar a opção de curso e instituição quantas vezes o candidato quiser, dentro do período de inscrição. Ao final de cada uma das etapas, as vagas são distribuídas entre os candidatos com maior pontuação. Depois disso, ainda é possível que alguém já aprovado e matriculado mude de opção. Estudantes que não concluíram o ensino médio (treineiros) também conseguem participar. Na última quinta-feira, o MEC divulgou a criação de uma lista de espera após a conclusão da 3.ª e última etapa de inscrições. Os interessados em permanecer na disputa pela vaga devem confirmar no site do Sisu. As chamadas serão feitas pelas instituições. Os principais problemas são de logística e cronologia.
1 - Treineiros participam de seleção
Não existe dentro do Enem a possibilidade de participar como treineiro na prova. Mas na seleção para as vagas, muitos estudantes que não concluíram o ensino médio, além de participarem da prova, fizeram inscrições em mais de uma das etapas. Com isso, foram aprovados em vagas que não serão preenchidas. Uma das possíveis soluções apontadas é a criação da condição de treineiro no próximo Enem, sem a possibilidade de participar da seleção.
2 - O exame que não certifica
O Enem também serve para certificar quem não concluiu o ensino médio em idade correta. Aprovados em alguns estados não conseguiram certificado e perderam o direito à matrícula. Para a presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), Yvelise Arco-Verde, faltou articulação do MEC com as secretarias estaduais de educação. Em alguns estados, como São Paulo, o Conselho Estadual de Educação aprovou a emissão de certificados para esses estudantes. No Paraná, não houve decisão semelhante.
3 - Sem prova de língua estrangeira
O Enem não contou com prova de língua estrangeira. A disciplina faz parte de componente curricular obrigatório do ensino médio, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) brasileira. Para receber a certificação do ensino médio, os que não cursaram o ensino médio regular precisam passar por uma prova, que está sendo aplicada pelos institutos federais. Para a presidente do Consed, é preciso buscar unidade nacional a fim de evitar confusão semelhante em anos posteriores.
4 - Candidato pode fazer três inscrições
Em qualquer vestibular o candidato faz apenas uma inscrição, mesmo que existam outras fases. No sistema do Enem isso não ocorre. Cada candidato pode e deve (se tiver interesse) fazer a inscrição em cada uma das três etapas do processo, independentemente de ter ou não participado das etapas anteriores. A sugestão do pró-reitor de graduação e educação profissional da UTFPR, Maurício Alves Mendes, é que o sistema admita apenas uma etapa de inscrição e em seguida as instituições façam chamadas a partir do ranking elaborado pelo sistema.
5 - Sistema ficou inoperante
O site do Sisu ficou congestionado nos primeiros dias durante a primeira etapa. Muitos estudantes tentaram por mais de três dias consecutivos fazer a inscrição e não conseguiram. Segundo o MEC, o problema foi resolvido antes do término da primeira fase de inscrições. A falha resultou na mudança no critério de desempate.
6 - Mudanças de regras
O Sisu também passou por mudanças de regras no meio do jogo. O critério de desempate passou a ser a nota obtida na prova da redação e não a ordem de inscrição, devido a congestionamento no portal. Uma lista de espera após a 3ª etapa foi criada, mas é preciso que o estudante confirme sua participação no site do sistema.
7 - Nota de corte e evasão
A divulgação da nota de corte, que muda a cada dia durante o período de cada fase de inscrição, é questionada por especialistas, que veem um possível risco de aumento de evasão na universidade. Para a orientadora educacional e psicóloga Gilvanize Vial, o risco só existe devido à imaturidade dos adolescentes. "Se há convicção na escolha, o estudante não altera a opção de curso apenas para passar", diz.