Há três anos luto contra um câncer no útero. Infelizmente descobri a doença já em um estágio muito avançado. Certo dia comecei a ter um sangramento semelhante à menstruação que se transformou em uma hemorragia. Depois de exames descobri que era um tumor maligno. Os médicos retiraram o meu útero, mas quatro meses depois o câncer havia voltado e tinha se espalhado pela bexiga. Fiz 35 dias de radioterapia e um ano de quimioterapia. No primeiro semestre deste ano, o tumor evoluiu mesmo com o tratamento e tinha chegado também ao intestino e ao fêmur.
Em julho os médicos disseram que não poderiam fazer mais nada porque o câncer tinha tomado grandes proporções. Suspenderam a quimioterapia e não me aconselharam a fazer uma cirurgia. Resolvi procurar uma segunda opinião e fui até o Hospital Evangélico. Lá os oncologistas disseram que poderíamos tentar uma cirurgia, mas ela seria arriscada. Em menos de um mês fiz todos os exames e a operação. Conseguiram retirar 90% do tumor. Retiraram a minha bexiga e parte do intestino. O restante vou tratar com quimioterapia. Fiz a operação na primeira semana de novembro e sete dias depois tive alta.
Vejo essa situação como um milagre. Para alguém como eu, que não teria condições de pagar, o SUS foi uma bênção. Durante todo o meu tratamento de três anos não tive de pagar nada. Contei com a solidariedade de amigos neste período. O resultado dessa última cirurgia está sendo muito satisfatório e estou me recuperando bem. Realmente não tenho do que reclamar.