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No dia em que pisou pela primeira vez na Colônia Marcelino, Nikola Kapko, 87 anos, não teve dúvida de que finalmente tinha chegado em casa. Foi uma longa viagem até ali. Nascido no vilarejo de Lembuk (literalmente "só mato", na Ucrânia), perdeu o pai e cinco irmãos para a tirania do regime soviético. Em 1941, durante a Segunda Grande Guerra, viveu na Alemanha e alistou-se para trabalhar nas minas de carvão, onde ficou cinco anos. "Não era um campo de concentração. Mas tinha cerca em todos os lados e soldados armados cuidando da gente." Até que ouviu falar do Brasil – país que adotou em 1949.

Fez a rota Rio de Janeiro, São Paulo, "Maria-Fumaça", Ponta Grossa, Curitiba, "estrada de chão" e Colônia Marcelino – esta, há dez anos, depois de enviuvar e ter gastado todo seu castiço ucraniano para convencer dom Efraim Krevey, da Eparquia Ucraniana, a recebê-lo na casa de retiros que o bispo mantém no local, quase que exclusivamente para 30 senhoras. Conseguiu. Marcelino, afinal, é a cara da aldeia que Kapko deixou para trás. Ele garante.

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