Ribeiro: “Se for para prolongar por mais um ano e meio, que existam garantias de que o novo lixão não será aqui”| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

O bairro da Caximba parece uma cidade de interior. A região carrega um ar bucólico em função do afastamento do centro de Curitiba – são quase 23 quilômetros que separam o bairro do marco zero. Apesar da beleza de algumas casas e da aparente tranquilidade, uma característica se sobressai: o odor constante de lixo. O Aterro da Caximba é o vizinho incômodo desde 1989, e os moradores aguardam com ansiedade o momento em que seja desativado. E, para um possível final feliz, dois problemas precisam ser superados: os aumentos de capacidade e a possibilidade de o Sipar ser implantado na região.

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"Ninguém quer o lixo. E como há 20 anos as pessoas daqui não se importaram, eles continuam se aproveitando", diz a cabeleireira Regiane do Rocio Ferreira Boneta. Entre os moradores, a realidade da atual readequação é aceitável, desde que o Sipar passe longe do bairro. "Se for para prolongar por mais um ano e meio, que existam garantias de que o novo lixão não será aqui. Algum benefício temos de ter, é muito sofrimento", reclama o padeiro Alencar Ribeiro.

Presidente da ONG Associação para o Desenvolvimento Comunitário da Caximba (Adecom), Jadir Silva de Lima afirma que a comunidade não é irresponsável. "Não queremos que o lixo fique nas ruas. Não somos radicais a esse ponto. Vamos colaborar, desde que o aterro atue dentro dos padrões e o Sipar não seja instalado aqui", afirma.

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A professora Juceli Luckow nasceu na região e vive em uma casa próxima ao aterro há 15 anos. "Reformei a casa acreditando que o lixão ia sair daqui. Estou indignada porque todo mundo daqui votou no Beto Richa", diz. "Tenho fé de que o aterro saia daqui. Construí minha história, minha vida nesse lugar. E eu não quero deixar minha história para trás. Só quero que o aterro nos deixe em paz", acrescenta.

De acordo com o secretário municipal de meio ambiente, José Antônio Andreguetto, a população do Caximba pode ter um mínimo de tranquilidade. A área da região é apenas a terceira opção do Consórcio Intermunicipal. "Se não acreditássemos na reversão da lei municipal de Mandirituba (que impede a cidade de receber resíduos de outras localidades), não estaríamos insistindo naquela área, considerada a mais apropriada", diz.