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A polícia pediu ontem ao Ministério Público prorrogação de prazo para investigar denúncias de agressão de agentes da Polícia Militar (PM) e do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a presos da delegacia de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A suposta violência teria acontecido no dia 20 de agosto, durante operação conjunta da PM e do Gaeco no interior da carceragem, para coibir crimes relacionados ao tráfico de drogas.

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) em Araucária, Herbert Rehbein, os laudos da Criminalística confirmam que de fato houve agressão aos presos. Na ocasião, segundo testemunhas ouvidas pela OAB, a comida dos presos foi jogada nos vasos sanitários e foi colocado sabão em pó no chão da carceragem, para que os homens escorregassem. Pelo menos quatro presos teriam sofrido violência direta.

"Estamos acompanhando a situação desde o começo. Recebemos o inquérito e ele aponta, através do laudo, que os detentos realmente foram agredidos", afirma. O Instituto Médico Legal (IML), que fez os exames nos presos, informou não poder comentar o resultado pericial.

Depoimentos

O delegado titular de Araucária, Amadeu Trevisan, afirma que todos os presos já foram ouvidos, mas ainda não está claro o que teria ocorrido nas celas. "No momento, não posso dar detalhes como o resultado de laudos do IML, porque ainda estamos apurando as informações. Achamos necessário pedir mais tempo para diligências", disse Trevisan. Até o momento, nenhum agente da PM ou do Gaeco foi denunciado formalmente.

Procurada pela reportagem nesta terça, a assessoria do MP, que responde pelo Gaeco, afirmou que o órgão não foi denunciado formalmente, e mantém a posição de que não houve violência no episódio. O MP destacou, ainda, que nove investigados na operação tiveram denúncia aceita pela Justiça, pelos crimes de associação para o tráfico e peculato, no dia 6 de setembro.

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