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Vídeo: "Fora, Xandão"

OAB promete recorrer ao Congresso após negativa de sustentação oral por Moraes

Beto Simonetti
Presidente da OAB afirmou que não conseguiu estabelecer um diálogo para resolver questão após Moraes barrar sustentação de advogado. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, anunciou que apresentará ao Congresso, na próxima semana, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para garantir à advocacia o direito de realizar sustentação oral nos tribunais, especialmente no Supremo Tribunal Federal (STF).

A promessa de recorrer ao Congresso ocorreu durante a abertura da 4ª Conferência Nacional da Jovem Advocacia, em Bonito (MS), nesta quarta-feira (10). Ao citar a medida, Simonetti foi ovacionado e disse que “vamos chegar lá” após um grito de “fora, Xandão”.

A decisão surge após mais um caso em que o ministro Alexandre de Moraes negou o direito de sustentação oral a um advogado, a partir de uma interpretação do regimento do Supremo Tribunal Federal (STF).

“O diálogo não foi suficiente para resolver essa questão. Fizemos o possível em relação à proteção do direito da advocacia de realizar sustentação oral nos tribunais brasileiros”, declarou Simonetti.

Simonetti acrescentou em seu discurso que o recurso ao Congresso é necessário pois uma lei federal, que está acima do regimento de tribunais, não está sendo cumprida.

Desde que o STF decidiu pautar para o plenário virtual julgamentos referentes aos atos de 8 de janeiro sem a possibilidade de sustentação oral, a OAB tem lutado pela manutenção do procedimento aos advogados.

Após um pedido da OAB, o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, aprovou a alteração do regimento interno para permitir julgamentos presenciais de ações penais, com a possibilidade de sustentação oral. No entanto, a OAB afirma que essa decisão foi desrespeitada em julgamentos relacionados a agravos.

“O direito de representar o povo brasileiro na tribuna sagrada da defesa, para retirar suas angústias e desfazer as injustiças perpetradas contra o cidadão do Brasil, é um direito que vamos reafirmar”, concluiu Simonetti.

Na última semana, quando Moraes negou sustentação oral ao advogado Gustavo Mascarenhas em um agravo regimental, invocando o regimento interno da Corte para justificar a decisão, o advogado e membro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alberto Toron, pediu a palavra para argumentar em favor do colega.

Toron argumentou que há uma legislação específica para regular a decisão de forma contrária ao regimento interno do Supremo, sugerindo que Mascarenhas deveria ser autorizado a falar. Toron enfatizou que “ambas as leis tratam do mesmíssimo assunto, só que uma é posterior à outra”, defendendo que a lei mais recente deveria prevalecer.

Moraes tentou interromper o advogado, afirmando: “Agradeço, doutor”. Porém, Toron continuou seu argumento, destacando que “esse critério da cronologia deveria prevalecer”.

O ministro retomou a palavra, explicando que “prevalece o princípio da especialidade que rege o regimento do Supremo Tribunal Federal”, e alertou para a complicação que surgiria se a sustentação oral fosse permitida em todos os casos de agravo regimental.

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