A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento das Pessoas Atingidas por Hanseníase (Morhan) assinaram um convênio para que as pessoas atingidas pela doença tenham assistência jurídica em casos de discrimação e também para garantir o acesso ao sistema de saúde.
O Brasil é o segundo país com maior número de casos de hanseníase por habitante no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 2,3 casos para cada 10 mil habitantes. No total, o país tem 40 mil casos e fica atrás apenas da Índia, com 137 mil.
Para a ONG Morhan, o governo deveria investir mais no combate à doença. "O governo tem que ter metas claras sobre o que vai fazer com a hanseníase no país, o que vai ser o projeto do governo a partir do ano que vem, qual é o plano de controle ou eliminação. Enfim, do que for, pra que a gente possa daqui a alguns anos dizer: o Brasil conseguiu controlar ou eliminar a hanseníase", diz o coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio Moreira de Sousa.
O governo diz que a doença está sob controle e que conseguiu reduzir o número de casos, mas que não seria possível eliminar a hanseníase, já que não existe vacina.
"A humanidade só eliminou ou erradicou doenças que têm vacina, a varíola, poliomielite, o sarampo e agora o Brasil está vacinando 70 milhões de pessoas contra a rubéola. Então, doenças que não têm vacina não são passíveis de eliminação ou erradicação", afirma o secretário de vigilância em saúde Gerson Penna.
A hanseníase tem cura. O tratamento dura de seis meses a dois anos e é feito com três remédios, distribuídos gratuitamente. Quanto mais cedo a doença for descoberta, mais fácil é o tratamento.