A comissão de direitos humanos da subseção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) recebeu, nesta terça-feira (8), uma denúncia sobre um suposto caso de agressão na casa noturna James Bar, localizada no Centro de Curitiba. Um jovem de 18 anos afirma ter sido espancado por seguranças do bar, na madrugada de sábado (5) para domingo (6). O rapaz está hospitalizado. Os proprietários do estabelecimento negam que as agressões tenham ocorrido.
O caso foi apresentado à comissão da OAB-PR por familiares do garoto. Uma tia do rapaz também apresentou denúncia à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrabar-PR). Segundo ela, o jovem teria procurado a gerência da casa porque não tinha dinheiro suficiente para pagar a conta (R$ 60). Pouco depois, o rapaz teria se assustado ao ver uma aglomeração de seguranças e tentado sair do bar sem pagar a comanda.
"Ele foi fortemente espancado pelos seguranças, vindo a desmaiar. (...) Quando deu por si, estava sendo socorrido por outros jovens que ali se encontravam. Seu nariz sangrava muito em função de estar fraturado e com inúmeras escoriações pelo corpo, já não podia se levantar pela luxação do joelho esquerdo que acabara de sofrer com o rompimento dos ligamentos cruzados, patelar, fratura do planalto tibial medial e demais nervos", afirma a tia do jovem, em e-mail encaminhado à Abrabar.
Segundo os familiares, o rapaz passou por cirurgias na perna e, na manhã desta terça-feira, estava internado em observação na UTI do Hospital Evangélico. A Gazeta do Povo tentou falar por telefone com a tia do garoto, mas não conseguiu contato.
A presidente da comissão da OAB-PR, Isabel Mendes, disse que após receber a denúncia orientou a família a registrar um boletim de ocorrência pela agressão e a solicitar ao hospital um laudo médico que constate as lesões sofridas. "A partir de então, vamos acompanhar o caso, acompanhar um eventual inquérito policial que seja aberto, porque se for comprovado que houve agressão, será um absurdo", disse Isabel.
Bar nega agressões
A proprietária do James Bar, Ana Priscila Raduy, negou que seguranças da casa tenham agredido o jovem. Segundo ela, assim que foi informado de que o rapaz não tinha dinheiro para quitar a consumação, o subgerente teria tentado negociar. "O nosso funcionário perguntou ao cliente se não tinha como ele emprestar dinheiro de algum amigo ou ligar para algum familiar. O rapaz disse que não. Dez minutos depois, ele foi em direção à porta de saída e saiu correndo", afirmou Ana Priscila.
De acordo com a dona do bar, o jovem se machucou ao cair no chão, enquanto fugia de seguranças que o perseguiam. "Neste momento, a fila na porta do bar era enorme. Tinha aproximadamente cem pessoas. Boa parte viu que ele [o rapaz] saiu correndo e que caiu. Não houve agressão. Não é política da casa agredir ninguém", garantiu.
Ana Priscila diz que imagens gravadas por câmeras de segurança do bar mostram o rapaz sentado em frente ao bar, sendo atendido por seguranças, até a chegada do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma de Emergência (Siate). "Quem chamou o Siate foi DJ da casa. As gravações mostram ele sendo atendido pela equipe de seguranças que ele afirma que o agrediu. Isso não faz sentido", reitera a responsável pelo James. Segundo Ana Priscila, na quarta-feira (9), a direção da casa vai se reunir com advogados para definir eventuais providências que o estabelecimento deve tomar contra a denúncia.
Associação propõe sistema para coibir "maus pagadores"
O presidente da Abrabar-PR, Fábio Aguayo, levou, na tarde desta terça-feira, as denúncias dos familiares do rapaz à direção do James Bar. Na avaliação do líder da entidade, é preciso cautela para avaliar o caso. "De um lado, temos a versão de uma suposta vítima. De outro, temos a casa que apresenta uma versão divergente. É uma situação delicada em que não se pode acusar ninguém de pronto e que requer tranquilidade para se chegar à verdade", disse.
Aguayo defende a criação de uma espécie de banco de dados, em que as casas noturnas arquivem os nomes de clientes que não pagaram as comandas ou que se envolveram em brigas dentro dos estabelecimentos. Os "brigões" e "maus pagadores" poderiam ser impedidos de frequentar os bares, segundo a proposta do presidente da Abrabar. "Os estabelecimentos estão vulneráveis ao calote. E essas situações acabam gerando conflitos que podem ter resultados que ninguém deseja", disse.
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