O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou no domingo (20) em Havana, capital de Cuba, para uma visita histórica, marcada pelo simbolismo e pelas fortes expectativas de uma nova era de relações entre Estados Unidos e Cuba após décadas de hostilidade entre os dois países.
A aeronave Força Aérea 1 tocou o solo cubano às 16h25 (17h25 horário de Brasília). O presidente saiu do avião acompanhado pela primeira-dama, Michelle Obama, pelas filhas Sasha e Malia e pela sogra, Marian Robinson.
O plano é ficar dois dias e meio em Havana para reuniões com o presidente de Cuba, Raúl Castro, e dissidentes. Na terça-feira, Obama fará o esperado discurso televisionado ao povo cubano e, no mesmo dia, à tarde, parte para a Argentina. A viagem de Obama a Cuba – a primeira de um presidente americano no cargo desde Calvin Coolidge, em 1928 – ocorre 15 meses depois que ele e Castro anunciaram o retorno das relações diplomáticas.
O primeiro compromisso de Obama foi com funcionários da embaixada dos Estados Unidos, seguido de um passeio a pé por Havana Velha. Obama visitou ainda a catedral da cidade, onde foi saudado pelo cardeal Jaime Ortega, que, juntamente com o Papa Francisco, ajudou na aproximação entre os EUA e Cuba.
Prisões
A poucas horas da chegada de Obama em Havana, ativistas liderados pelas Damas de Branco, organização criada pelas esposas dos presos políticos, que protestavam contra o governo comunista, foram detidas e levados a veículos por agentes do Estado. Dos ônibus, os opositores pediram por “liberdade”.
Farc, projetos bilaterais e jogo de beisebol estão na programação
- Havana (cuba)
Na segunda-feira (21), o principal evento EUA-Cuba marcado é uma reunião com Raúl Castro, com quem Obama deverá debater projetos de cooperação bilateral e assuntos regionais, como o processo de paz entre o governo da Colômbia e guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), mediado por Cuba. Além disso, está prevista uma reunião do presidente americano com dissidentes do regime.
Na terça, Obama fará um discurso televisionado ao povo cubano do Gran Teatro Alicia Alonso, antes de assistir a um jogo de beisebol entre a equipe americana Tampa Bay Rays e a seleção cubana. O discurso, segundo seu assessor, Ben Rhodes, será uma "oportunidade para Obama descrever o curso em que estamos, revisar a complicada história entre nossos países e falar da razão por trás dos passos que tomamos".
Um pequeno grupo de legisladores do Partido Republicano participa da histórica viagem. Eles veem o embargo como contrário aos princípios de liberdade econômica do partido e acreditam que não cabe ao governo dizer para que lugares os cidadãos podem viajar.
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