Quando se trata de saúde na terceira idade, os anos importam pouco e a obesidade pode não ser tão ruim no fim das contas, segundo um estudo publicado na segunda-feira (16) nos Estados Unidos.
Fatores como a solidão, a depressão e uma fratura recente são mais propensos a predizer o risco de uma pessoa morrer nos próximos cinco anos, segundo pesquisadores da Universidade de Chicago.
“Em vez de políticas focadas na redução da obesidade (...), um maior apoio à redução da solidão entre adultos isolados, ou ao restabelecimento das funções sensoriais seriam mais eficazes para melhorar a saúde e o bem-estar na população mais velha”, disse Edward Laumman, um dos autores e professor de sociologia na Universidade de Chicago.
O estudo, publicado na revista da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, foi feito com três mil pessoas com idades de 57 a 85 anos.
“As pessoas mais saudáveis eram obesas e robustas”, aponta o estudo, que revelou que 22% dos americanos mais velhos entram na categoria de boa saúde apesar da obesidade e pressão alta.
Estas pessoas tinham menos problemas nos órgãos, além de melhores funções sensoriais, saúde mental e mobilidade que os outros.
Eram também os que tinham menor tendência a morrer ou a ter alguma deficiência nos próximos cinco anos.
Os pesquisadores também descobriram grupos de pessoas com o dobro do risco de morte ou invalidez nesse período: aqueles que estavam com o peso normal, mas tinham problemas de tireoide, anemia ou úlcera, aqueles que quebraram algum osso após os 45 anos, e os que tinham saúde mental precária.
Os menos saudáveis eram aqueles com diabetes descontrolada e hipertensão, e que frequentemente tinham problemas para fazer tarefas cotidianas.
Apesar do câncer ter provocado 24% das mortes entre pessoas maiores de 55 anos, ele “parece se desenvolver aleatoriamente com relação a outras doenças do sistema orgânico”, afirma o estudo.
O senso comum médico sugere que as pessoas são saudáveis se vivem sem problemas no coração, câncer, diabetes, hipertensão ou colesterol.
Mas os autores do estudo apresentaram um enfoque diferente, conhecido como o “modelo integrador” de saúde e envelhecimento, que inclui fatores como o bem-estar mental, as funções sensoriais e a mobilidade como partes essenciais da saúde geral.
Com este novo enfoque, cerca da metade das pessoas consideradas saudáveis no atual modelo médico teria na realidade “vulnerabilidades significativas que influenciam na possibilidade de que morram ou tenham alguma deficiência nos próximos cinco anos”, afirma o estudo.
“Ao mesmo tempo, algumas pessoas com doenças crônicas têm muitos pontos fortes que levam a reclassificá-las como bastante saudáveis, com riscos baixos de morte e deficiência”.
William Dale, um dos autores e professor-adjunto de medicina, disse que os resultados sugerem que “da perspectiva do sistema de saúde, é necessário que haja uma mudança da atenção enfocada na doença, como remédios para a hipertensão ou o colesterol alto, para uma centrada no bem-estar em geral, que leve em conta diversas áreas”.
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião