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Polêmica

Objetivo da prova era refletir sobre o crime, diz professor

O professor de matemática Lívio Celso Pini, de 55 anos, disse à polícia que aplicou problemas com assuntos relacionados a crimes a alunos da Escola Estadual João Octávio dos Santos, em Santos, no litoral de São Paulo, para que refletissem e discutissem o tema posteriormente em sala de aula. Pini prestou depoimento ontem na Delegacia de Inves­tigações sobre Entorpecentes (Dise) de Santos, que instaurou inquérito para apurar se o professor cometeu "apologia ao crime". O docente aplicou um exercício com seis questões aos alunos de uma classe do 1.º ano do ensino médio da escola, na segunda-feira da semana passada. Os problemas abordavam tráfico de entorpecentes, prostituição, roubo de veículos, assassinato e uso de armas de fogo.O delegado da Dise, Francisco Garrido Fernandes, disse que Pini afirmou que as perguntas foram retiradas de um site e que já havia aplicado o mesmo teste no ano anterior. "Ele disse que a finalidade era fazer uma reflexão entre os alunos sobre os temas tratados e, posteriormente, em cima dessa reflexão, ia ser discutido [o assunto] na classe."

Segundo Garrido, o professor contou ainda que pretendia obter aprovação da direção da instituição de ensino para orientar os alunos a fazerem cartazes educativos de antiviolência, baseados nas questões, para serem colocados no mural do colégio.

Pini escondeu o rosto ao deixar a delegacia e não quis falar com a imprensa. O advogado do professor, Thiago Serralva Huber, disse que seu cliente está "muito abalado" e "sob o efeito de medicação". "Ele está tomando medicação para se acalmar, haja vista a vida dele ter se transformado em um martírio desde que isso veio à tona", afirmou Huber, contando que não sabe se Pini está arrependido de ter aplicado tal teste."Eu não conversei com ele sobre arrependimento, isso é muito subjetivo. O objetivo do professor era criar não só o diagnóstico dos alunos como também motivar, porque a primeira semana de aula é um pouco vaga. O professor tinha cinco aulas e ia desenvolver um projeto de valorização dos alunos, de incentivo a criar valores íntimos", disse.

Segundo ele, a direção da escola não sabia do teor das questões porque o educador tem autonomia para escolher o tipo de exercício que vai dar em sala de aula.

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