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Ponta Grossa – Depois de 27 anos assistindo à lenta construção da catedral da cidade, a população de Ponta Grossa pode ter a grata surpresa de ver a obra pronta até o fim deste ano. Além de ver, os ponta-grossensses poderão participar da conclusão. Essa é a proposta da Diocese de Ponta Grossa que será apresentada às 46 paróquias e 600 comunidades em 17 municípios, no próximo mês.

A idéia é simples: a partir de março, 8 mil agentes, treinados pela Diocese, vão percorrer ruas da cidade e entregar, de casa em casa, um kit contendo um folder da igreja e dentro dele dez envelopes. A Diocese sugere uma ajuda de R$ 1 por família. No segundo domingo do mês, os mesmos agentes, devidamente identificados, percorrerão os locais recolhendo as doações.

Esse trabalho será realizado todos os meses, até dezembro. Assim cada família poderá contribuir com R$ 10 até o fim do ano. A estratégia será aplicada para aproximadamente 130 mil famílias, o que resultaria numa doação conjunta de R$ 1,3 milhão – dinheiro suficiente para o término das obras da parte externa da catedral.

"Para nós, R$ 1 é o necessário. Será um trabalho de formiguinha que criará vínculos entre as pessoas", afirma padre Mário Spaki, um dos idealizadores do projeto. Será também uma oportunidade de promover uma igualdade social, pequena, mas que fará, por exemplo, com que pessoas mais humildes não se sintam mais constrangidas de participar das atividades da catedral. Até então, todas as campanhas desenvolvidas para a conclusão das obras envolveram políticos e a elite da cidade.

"A catedral é elitizada e a ação promovida pela Diocese vai unir as pessoas. O povo estava esperando por isso, esperando para participar dela", afirma o cinegrafista Miguel Fernandes, pai de três filhos, que tem renda mensal aproximada de dois salários mínimos. Fernandes será um dos 8 mil agentes que ajudará a distribuir os folhetos nas casas. Não á toa a empolgação do cinegrafista. Aos 43 anos, ele acompanhou desde a demolição da antiga igreja até a edificação da catedral. E lá se vão 27 anos.

Reforma

Apesar da demora da conclusão, a catedral nunca parou suas obras. "Sempre uma coisinha ou outra está sendo realizada", conta o pároco da catedral, padre Casemiro Oliszeski. Com tanto tempo de construção ficou difícil manter o projeto inicial. Fatores que não dependem da arquitetura e sim do crescimento da cidade influenciaram a inclusão de um estacionamento no subsolo e de grades ao redor da catedral.

Durante os 27 anos, impossível também a edificação não sofrer com a ação do tempo. Antes mesmo de ser concluída, ela necessita de reforma. A estrutura metálica já apresenta ferrugem e o teto, sem forro, deixa a água da chuva entrar. A intenção é começar as obras de reforma e construção assim que o dinheiro comece a entrar no caixa da diocese.

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