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Obra de orla de Caiobá está atrasada

Projeto prevê reforma de vias e calçadas por 1,8 Km ao longo da orla. | Antônio More/Gazeta do Povo
Projeto prevê reforma de vias e calçadas por 1,8 Km ao longo da orla. (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

Ainda não será neste feriado que os veranistas conhecerão a nova orla do balneário de Caiobá, em Matinhos, Litoral do Paraná. A autorização para o início das obras foi assinada pelo governador Beto Richa em janeiro, mas divergências entre o projeto aprovado e pareceres do patrimônio estadual praticamente paralisaram a reforma, que deveria estar nas etapas finais. Orçada em R$ 7,2 milhões, a revitalização é esperada há mais de uma década por visitantes e moradores, que reclamam da degradação das calçadas e dos acessos à praia.

O projeto prevê obras ao longo de 1,8 quilômetros da Avenida Atlântica, no trecho que vai do Morro do Boi até a Avenida Paraná. A revitalização inclui pavimentação de vias para veículos, construção de calçadas e implantação de uma ciclovia ao lado de uma pista de caminhada. Também estão previstas instalações de postes, quiosques, banheiros e pérgolas para descanso. Três secretarias estaduais estão envolvidas: Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Desenvolvimento Urbano e Cultura.

A previsão inicial era de que as obras, que começaram em março, terminassem em dezembro. Mas até agora apenas três quadras (cerca de 500 metros) passaram por reformas. O chefe de gabinete da prefeitura de Matinhos, David Antonio Pancotti, diz que o andamento foi prejudicado pela falta de entendimento com a Coordenação de Patrimônio Cultural, da Secretaria Estadual da Cultura. Como a paisagem da orla marítima de Matinhos é tombada, o órgão solicitou algumas adequações. As principais divergências estão relacionadas à construção de quiosques e ao plantio de palmeiras. “O órgão disse que as palmeiras não são árvores nativas e que os quiosques interferem na paisagem”, afirma Pancotti.

Outras alterações propostas pelo Patrimônio Cultural já foram aceitas pelos demais órgãos, como a adoção de uma única pista de circulação de veículos (em vez de duas, como determinava a proposta original) e a construção de passarelas elevadas de madeira para acesso à praia. “Estavam previstos acessos para a praia de paver e hoje estamos adequando para fazer decks elevados em madeira, para proteger a restinga que fica embaixo”, explica o coordenador de Recursos Hídricos da Sema, José Luiz Scroccaro.

Segundo a prefeitura de Matinhos, a expectativa é de que pelo menos a ciclovia, a pista de caminhada e o calçamento sejam concluídos até dezembro.

Contraponto

A Secretaria de Estado da Cultura afirma que a Coordenação de Patrimônio Cultural apresentou parecer técnico no dia 26 de agosto. Como parte do parecer foi contestada por Matinhos, o projeto foi encaminhado ao Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, instância superior de tomada de decisões. Uma nova reunião deve ocorrer na próxima semana. Ainda de acordo com a secretaria, a solicitação de adequações não pode ser apontada como motivo para o atraso das obras, uma vez que os questionamentos se referem a questões pontuais previstas para o fim da revitalização.

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