A Copel planeja construir um complexo de cinco prédios com quatro a oito pavimentos para abrigar sua Central de Operações, no terreno que abriga o Bosque da Copel. O bosque de vegetação nativa ocupa metade da área. Os prédios devem ocupar 9,7 mil metros quadrados da extensão do lote, de aproximadamente 80 mil metros quadrados, localizado na Rua Padre Agostinho, no Campina do Siqueira. Plantas do projeto chegaram às mãos de moradores da região, que protestam contra as obras. A Copel informa que os projetos não foram divulgados oficialmente porque estão sujeitos a modificação, mas confirma seu conteúdo.
De acordo com as plantas, um estudo preliminar de implantação, dois edifícios com seis pavimentos cada serão erguidos no lugar de outros já existentes e um terceiro com oito andares vai ocupar um descampado em frente à Padre Agostinho. As três construções foram autorizadas em caráter preliminar pela Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU). As obras devem começar em 2011. Dois outros edifícios, com oito e quatro pavimentos, estão previstos para áreas em que há vegetação, mas não foram permitidos pelo órgão.
Os moradores das vizinhanças argumentam que a área não permite a construção de prédios dessa altura. Os três lotes do terreno da Copel são registrados como Zona Residencial tipo 3, que só comporta quatro pavimentos. No entanto, como o lote do bosque está bloqueado para construções por abrigar vegetação nativa, a Copel pediu, e a SMU autorizou, a transferência da capacidade construtiva desta parte para o restante, com base na lei municipal 194 de 2000. "É uma ferramenta prevista na lei de ocupação de áreas verdes para compensar o proprietário que conserva a vegetação", afirma o engenheiro especialista em meio ambiente Luís Cláudio Mehl.
A decisão do SMU deixa claro que não deve haver derrubada de árvores. Apesar disso há previsão de dois prédios em pontos onde há vegetação. Os trechos não fazem parte do bosque, mas neles há árvores com mais de 30 anos. Entre elas, araucárias, que são protegidas por lei. "São árvores que foram plantadas pela Copel na época da construção da atual Central de Operações. Podemos derrubá-las com autorização, caso contrário o terreno ficaria inutilizado. Quanto às araucárias, existem instrumentos legais para permitir seu corte, como o plantio de mudas em outro lugar", defende a diretora de Meio Ambiente da Copel, Marlene Zannin.
Marlene diz que estes dois prédios só fazem parte da planta porque a SMU requisitou que o estudo explorasse toda a capacidade construtiva do local. "Estes são planos a longo prazo", afirma. "Mesmo que eles digam que só vão derrubar o que plantaram, isso não deixa de provocar um prejuízo ambiental. Se assim fosse, reflorestamento teria carta branca para ir ao chão", contesta o advogado Jackson Sondahl, morador do bairro. Sondahl preside a comissão formada pelos condomínios da Padre Anchieta para negociar com a Copel.O projeto também prevê a criação de 823 novas vagas de estacionamento, ampliando a capacidade para 1.076.
Segundo a SMU, as autorizações concedidas são preliminares e os estudos de implantação ainda não foram recebidos.
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