A prefeitura de Paranaguá estima que sejam necessários R$ 37 milhões para construir o terminal de passageiros, ao lado de uma região de mangue à direita do atual cais do Porto de Paranaguá. O projeto prevê capacidade de movimentar até 2 mil pessoas por dia e prevê duas ligações com pontes: uma entre o terminal e a área alfandegária do porto e a outra entre o empreendimento e o centro histórico da cidade. Ao lado do terminal, o projeto prevê também a construção de hotéis, área residencial e uma marina.
Para tornar a ideia viável, a prefeitura busca junto ao governo federal cerca de R$ 800 mil para elaborar o projeto executivo da obra, que define os detalhes técnicos e o estudo de impacto ambiental e econômico. Ao mesmo tempo, tenta também seduzir ministros e parlamentares para incluir no orçamento da União os R$ 37 milhões para a construção do terminal com recursos a fundo perdido. A prefeitura espera viabilizar a construção para integrá-la a oferta turística de Curitiba, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. "Gostaríamos de ter o terminal pronto para o Mundial", torce o prefeito José Baka Filho.
O projeto prevê duas áreas. A primeira, construída com dinheiro publico, é o cais para a atracação de navios e o terminal de embarque para os transatlânticos. A outra, que deve ser erguida com recursos privados, abrigará os empreendimentos para atender o turista, como hotéis, centro de eventos e uma marina, que servirá de atracadouro para iates e barcos que fazem passeios na Baía de Paranaguá. A intenção é até transferir o atual ponto de embarque, nas margens do Rio Itiberê e ao lado do centro histórico, para o novo terminal.
Os barqueiros que fazem os passeios na região gostam do projeto do novo terminal mas garantem que não irão abandonar o atual ponto. "Vamos trabalhar lá, mas vamos manter os barcos aqui", afirma o barqueiro e diretor da Associação dos Proprietários de Barcos de Turismo e Transporte do Paraná (Barcopar), Emérson Araújo.
O presidente da Barcopar, Luiz Carlos Gonçalves, chama a atenção para outra questão: a preservação do centro histórico, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) neste ano. "Se sairmos daqui, o que vai sobrar para o centro histórico?".
A atividade dos barqueiros é uma das poucas mantidas à margem do rio. A maioria do casario da região está fechada e alguns prédios tem sinais de problemas estruturais. A arquiteta Renata Maron Athanasio, autora do projeto do terminal, explica que a intenção é dotar o local de estrutura urbana para que haja circulação constante e que não fique abandonado à noite. Segundo ela, o objetivo é "integrar o porto à cidade".
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