Os aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Londrina que têm dificuldade para subir escadas vão, temporariamente, fazer perícias no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio-Paranapanema (Cismepar). Desde que as obras de reforma na agência da Rua Professor João Cândido começaram, em dezembro, os segurados vêm enfrentando dificuldade.
Cenas de idosos subindo escadas com esforço e de pessoas passando por perícia dentro do carro ou no meio da calçada em frente à agência do INSS foram exibidas na edição de segunda-feira do Jornal Nacional, da TV Globo. Ontem, o Cismepar procurou o INSS para oferecer as salas. Cerca de 200 pessoas de 13 municípios da região são atendidas diariamente na agência do INSS.
A gerente executiva interina do INSS, Maria Cristina Melo, explicou que somente as perícias das pessoas que não podem subir escadas serão transferidas para o Cismepar até o fim da reforma, previsto para março. Essas perícias serão remarcadas para segundas e sextas-feiras a partir da próxima semana. O INSS vai telefonar para os segurados que terão os exames transferidos. As demais perícias continuam normalmente na sede da João Cândido.
Quem não tiver condições de subir escada e não receber a ligação do instituto deve pedir a algum parente ou amigo para ir à agência remarcar a perícia. A pessoa deve levar os documentos do segurado. Segundo Maria Cristina, não adianta ligar para o INSS porque, em virtude da reforma, ninguém está atendendo às ligações.
A dona-de-casa Clarice de Souza Oliveira, 57 anos, que esteve na agência do INSS em reformas ontem, precisou segurar firme no corrimão e levou um certo tempo para chegar ao primeiro andar do prédio pela escada. "Eu tenho artrose no corpo inteiro, minha coluna dói e subir a escada é ruim demais. Vim para marcar a perícia e hoje para ver o médico. Espero não ter que voltar mais", disse Clarice, que pleiteia benefício por invalidez.
Grávida de cinco meses, Maria Nazaré, de 32 anos, foi até a agência ontem pela manhã dar entrada no processo para obter o Salário-Maternidade. O atendimento foi rápido, já que ela tem preferência devido à gravidez, mas a escada foi um obstáculo. "Graças a Deus foi rápido, porque lá dentro é muito quente, muito abafado, estava calor demais na espera. Eu estou com a pressão meio baixa e essa escada é um sacrifício, principalmente porque quem procura o INSS na maioria das vezes são pessoas idosas ou estão com algum problema de saúde", afirmou Maria, que foi acompanhada do marido. Depois de dar à luz, em maio, ela terá de voltar à agência, desta vez acompanhada do bebê.
De acordo com a gerente executiva do INSS, um dos problemas que devem ser sanados com a reforma é justamente a falta de ventilação do prédio. Serão instalados aparelhos de ar-condicionado e trocada a fiação elétrica, que está velha e impede a instalação de mais computadores. O prédio tem cerca de 40 anos.