Pelo menos 15 mil imóveis em Matinhos e Pontal do Paraná já poderiam ter ligação com a rede de esgoto se as obras de duas estações não tivessem sido abandonadas pela empreiteira Pavibras, de Londrina. Como não estão ligados, os esgotos desses imóveis seguem diretamente para o mar. Segundo a Sanepar, quando estiver concluída, a estação de tratamento de esgoto (ETE) de Matinhos poderá tratar o esgoto de 12.449 imóveis, ou 44,21% do total. Em Pontal do Paraná, seriam mais 3.240, ou 16,46% do total de imóveis do município.
A Pavibras abandonou as obras em fevereiro. O valor total da licitação para a construção de ETEs no litoral era de R$ 69 milhões. No início deste ano, a empresa solicitou um acréscimo de R$ 41 milhões, que foi aprovado pelo Conselho de Administração da companhia, segundo denúncia feita em março pelo conselheiro da Sanepar, Pedro Henrique Xavier. A reportagem entrou em contato com a Pavibras, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
Segundo a Sanepar, em Guaratuba, onde a ETE funciona desde dezembro do ano passado, 1.710 imóveis já podem ser ligados, mas somente 940 estão regularizados e 395 foram vistoriados. Nas próximas semanas, segundo a estatal, serão liberadas mais 1.615 ligações.
Desde o fim da temporada, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) vem fazendo análises mensais do mar. Dos 51 pontos monitorados na última análise, dos dias 9 e 10 de julho, 32 foram considerados impróprios para banho. "Foi quase superior a algumas análises feitas durante o verão", diz Rasca Rodrigues, presidente do IAP e secretário estadual do Meio Ambiente. Segundo ele, em 11 pontos os resultados têm sido seguidamente insatisfatórios. No fim de outubro, o IAP passará a fazer duas coletas por semana. (JML)
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