O escritor Sherman Alexie, autor do livro Diário Absolutamente Verdadeiro de um Índio de Meio Expediente, disparou contra autoridades educacionais depois que sua obra foi tirada do currículo das escolas do estado americano de Idaho. Após seu lançamento em 2007, o livro venceu, entre outros prêmios, o National Book Award, uma das maiores honrarias literárias dos Estados Unidos.
A história fala sobre Junior, jovem indígena de 14 anos que deixa a escola em que estuda na reserva para frequentar um colégio de brancos. Como resultado, ele é rejeitado tanto pelos índios quanto pelos novos colegas.
Criticado diversas vezes por conter linguagem considerada "ofensiva" e cenas de sexo, o livro foi retirado do currículo escolar em Idaho, no qual constava desde 2010, após diversas reclamações de pais.De acordo com o jornal britânico The Guardian, os próprios estudantes organizaram uma petição com 350 assinaturas pedindo que o livro seja mantido nas escolas, sob a alegação de que "a educação não pode ser censurada". Mas a decisão não foi revogada pelas autoridades responsáveis pela educação em Idaho.
Organizações que apoiam a liberdade de expressão nos EUA se mobilizaram para impedir a censura ao Diário Absolutamente Verdadeiro de um Índio de Meio Expediente. A Coalizão Nacional Contra a Censura, por exemplo, divulgou uma carta pedindo que a decisão fosse revista.
"O livro fala sobre assuntos vitais, como as dificuldades do início da vida adulta, a busca por uma personalidade, o bullying e a pobreza. É, no final das contas, uma história empolgante do triunfo de um garoto com poucas vantagens", dizia a mensagem.
Já Alexie se pronunciou dizendo que "proibidores de livros querem controlar o debate e limitar a imaginação. Já eu encorajo o debate e celebro a imaginação".