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A beleza e a imponência do "grande olho" do Museu Oscar Niemeyer - parte mais evidente e mundialmente conhecida desta obra arquitetônica - inevitavelmente ofusca outros projetos e monumentos que o célebre arquiteto carioca projetou para o estado do Paraná.

O próprio museu curitibano foi pensado inicialmente, em 1967, pelo próprio Niemeyer, para abrigar o Instituto de Educação do Paraná. Nos onze anos que passaram entre o lançamento do projeto e a inauguração, em 1978, os planos mudaram e o espaço ganhou o nome de Edifício Humberto de Alencar Castello Branco - uma homenagem ao primeiro presidente da Ditadura Militar brasileira -, abrigando diversas secretarias do governo estadual.

Naquele mesmo ano, surgiu o projeto do terminal rodoviário de Londrina (Norte do PR), que ainda hoje tem o formato circular e as 50 plataformas de embarque idealizadas pelo arquiteto. O terminal foi concluído em 1988. Um ano antes (1987), Niemeyer já tinha na prancheta um projeto de urbanização para o Centro de outra cidade paranaense: a Ágora de Maringá. A ideia de montar uma imensa praça (cerca de 200 mil metros quadrados), encomendada pelo então prefeito Said Ferreira, acabou não sendo colocada em prática.

A professora do Departamento de Arquitetura da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Fabíola Castelo Cordovil, acredita que a cidade saiu perdendo ao deixar a ideia de lado. Ela orientou um projeto de iniciação científica da estudante Jeanne Christine Versari – co-orientado pelo professor Aníbal Verri Junior – que identificou que apenas dois itens do projeto foram postos em prática: o rebaixamento da linha férrea e a abertura de duas vias que facilitaram a ligação entre as zonas Norte e Sul da cidade.

"A área era pública, mas foi privatizada e hoje está ocupada por empreendimentos imobiliários na maior parte de sua extensão. A ideia do Niemeyer não era necessariamente o melhor projeto para integrar a cidade a partir daquele ponto, mas seria bem melhor do que a realidade que temos hoje", comenta a professora.

Em 1998, a cidade de Santa Helena (Oeste do PR), ganhou um obelisco em homenagem à Coluna Prestes, movimento liderado pelo militar revolucionário Luís Carlos Prestes – entre 1925 e 1927 - que passou pela região. Já em 2001, um monumento também idealizado por Niemeyer foi erguido em Campo Largo, às margens da BR-277, para homenagear o agricultor sem terra Antônio Tavares, que fora assassinado um ano antes em um confronto com a Polícia Militar.

Em 2004 e 2005, o arquiteto chegou a projetar dois prédios para a usina hidrelétrica de Itaipu, que acabaram não saindo da prancheta. Desde 2010, numa área pertencente ao empreendimento, está sendo erguido o novo campus da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), com uma extensão edificada de mais de 150 mil metros quadrados.

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