As obras previstas para quatro rodovias que ligam Curitiba à Região Metropolitana estão caminhando devagar. De acordo com um levantamento do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), do pacote de investimentos do governo do estado para reduzir gargalos da malha viária da RMC, mais da metade das intervenções apresenta problemas. Há desde projetos atrasados a uma situação de abandono pela empresa que começou a executar uma das duplicações.
Foi o que aconteceu com a PR-417, a Rodovia da Uva, entre Colombo e Curitiba. A obra para pista dupla chegou a ser iniciada, mas foi deixada pela empresa vencedora da licitação ainda no ano passado. Em 2010, a obra já havia enfrentado desistências de empresas por problemas na concorrência. Segundo o DER, as demais classificadas na licitação serão convocadas neste mês para assinatura de um novo contrato. Resolvida a situação, o prazo será de mais um ano para concluir a intervenção, calcula o diretor técnico do órgão, Amauri Medeiros Cavalcanti. “Já abrimos processo de rescisão contratual e penal também a respeito”, observa. Ele estima que 25% da obra tenha sido feita. O custo total é de R$ 35 milhões.
A duplicação de 13,9 km da PR-415, entre Curitiba, Pinhais e Piraquara, também deve levar mais um ano para ser concluída. A obra, que seria entregue em 2016, teve, conforme Cavalcanti, problemas de orçamento - de R$ 162 milhões, que impactaram no cronograma inicial. “Não é um serviço simples. Tivemos ainda questões com a Copel, Sanepar e chuvas”, pondera.
O DER prevê que, até o fim do ano, o tráfego por baixo da trincheira, na rodovia PR-415 seja liberado. Também está em construção o viaduto em frente ao Carrefour, que passará por cima da linha férrea, cuja liberação será em julho de 2017. No fim do ano, devem começar as obras das ciclovias e calçadas, no trecho mais próximo de Curitiba, perto da Avenida Maringá.
A duplicação da Rodovia dos Minérios, PR-092, por sua vez, entre Curitiba e Almirante Tamandaré, segue na fase de elaboração de projetos. A ação tem como parceiro o Grupo Votorantim, que, como contrapartida, seria o responsável pelas obras. “Mas com todos esses problemas no país, houve uma mudança de investimentos por parte da empresa. A princípio, ela não entrará com esse recurso do ICMS. A ideia é fazer a licitação com recursos do Banco do Brasil”, pontua o diretor técnico.
Descrédito
O atraso em tirar as obras do papel somado às dificuldades enfrentadas por quem precisa usar com frequência as rodovias que ligam Curitiba à Região Metropolitana tem gerado descrédito na comunidade. “Não vi ninguém mais trabalhando na obra e nem sei se vou ver tão fácil isso”, comenta o morador Celso D’Agostinho, 56 anos, sobre a duplicação da PR-417, em Colombo. Ele lembra que a melhoria na rodovia é uma reivindicação antiga da população, mas que está cada dia mais difícil ver o projeto se tornar realidade. Enquanto isso não acontece, ir de Colombo a Santa Cândida, em Curitiba, cerca de 8 km distantes, pode levar até duas horas, em horários de fluxo intenso de veículos. “Não tem o que fazer, são muitos caminhões”, lamenta D’Agostinho.
Em Almirante Tamandaré, na PR-092, a desconfiança se a obra chegará a acontecer um dia é ainda maior. A comerciante Lia Sartori, 43, recorda que a comunidade vem pedindo ao poder público a duplicação da via há mais de dez anos. “Já vimos um pessoal demarcando pontos na rodovia, mas até agora nada”, relata, ao reforçar que os acidentes, estes sim, são frequentes. “Para cruzar a pista também é terrível. Tem vezes que ficamos meia hora para conseguir atravessar. É uma vergonha isso”.
Por enquanto, apenas a duplicação da PR-090, Estrada do Cerne, que liga Curitiba a Campo Magro, tem previsão de entrega mais cedo, em abril de 2017. A obra terá 11 km de revitalização e modernização, sendo que 5 km já estão com asfalto pronto. O investimento é de R$ 24,7 milhões.
Contorno Sul tem licitação suspensa
Outra obra na Região Metropolitana de Curitiba e que está com problemas para sair do papel é a do Contorno Sul . A intervenção envolve um trecho de pouco mais de 14 quilômetros da BR-376, que vai do trevo do Ceasa, na BR-116, até o encontro com a BR-277, na saída para o interior do estado.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão responsável pela obra, a licitação que apontaria a empresa que colocaria o projeto em prática está suspensa. A medida tem como objetivo revisar a planilha orçamentária do projeto executivo.
Ainda não há previsão de quando o processo será retomado. O valor global da obra do Contorno Sul de Curitiba é de R$ 354 milhões. Além do alargamento na via, está prevista a construção de duas novas marginais, uma de cada lado, passarelas para pedestres e interseções.
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