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Garrafa retirada da Praça Tiradentes indicava a existência de uma segunda cápsula | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Garrafa retirada da Praça Tiradentes indicava a existência de uma segunda cápsula| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

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Prefeitura ainda não sabe como retirar a segunda garrafa

O conteúdo da garrafa da Praça Tiradentes revelou a existência de uma segunda cápsula do tempo, mais antiga, que conteria um exemplar do jornal O Dia, além de moedas de cobre e níquel. Logo após a revelação, o prefeito Gustavo Fruet anunciou que a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) estava autorizada a realizar as buscas pelo segundo objeto.

Passados dez dias da descoberta, a FCC informou que ainda não tem uma avaliação sobre o que será necessário para buscar a segunda garrafa, mas que o fará assim que possível. O objeto, segundo dica do conteúdo da primeira garrafa, estaria sob o pedestal de mármore em que estava a estátua de Tiradentes.

Se a descoberta da segunda garrafa ainda é incerta, o mesmo não se pode dizer da localização da primeira. Encontrada por acaso, hoje ela está na Casa da Memória, na Rua São Francisco, na região central de Curitiba. Mas a cápsula ainda não está disponível para visitação. Isso porque ela passa por restauro antes de ser exposta.

O segredo guardado pela garrafa encontrada sob a estátua da Praça Tiradentes, no Centro de Curitiba, foi revelado no último dia 1.º, mas antes aguçou a curiosidade da cidade durante uma semana inteira. Uma revisão da história, porém, poderia ter dado pistas para desfazer esse mistério. Isso porque, mesmo não sendo recorrente, a prática de colocar cápsulas do tempo com itens do momento de uma construção já foi constatada em outros episódios recentes.

O último deles foi registrado em junho deste ano, em Jesuítas, no Oeste paranaense. Na ocasião, funcionários da reforma da Paróquia Santo Inácio Loyola encontraram nos escombros de uma parede uma pedra fundamental datada de 25 de maio de 1975 e um pote com uma ata de inauguração do templo. Antes dos eventos paranaenses, fluminenses também já haviam se deparado com um achado histórico.

Em maio do ano passado, operários encontraram uma caixa de madeira revestida em chumbo em meio às obras da zona portuária do Rio de Janeiro, mais precisamente na pedra fundamental das docas de D. Pedro II. Dentro, havia exemplares do Diário Oficial do Império do Brasil, do Jornal do Commercio e do A Reforma, datados de 15 de setembro de 1871, além de nove moedas, duas delas de ouro.

Uma pedra fundamental também foi localizada na Escola Municipal de Educação Infantil Castorina Faria Lima, em São Caetano do Sul (SP). O achado ocorreu em março de 2012, quando pedreiros que trabalhavam no local localizaram o objeto acompanhado de um jornal de 1966, panfletos de obras da prefeitura e duas atas de lançamento da escola.

Apesar de a descoberta das cápsulas do tempo ocorrer normalmente durante obras, há casos em que sua existência é revelada em um momento de dor. Foi o que ocorreu em São Luiz do Paraitinga, em São Paulo, onde o objeto foi encontrado nos destroços da Igreja Matriz – um dos prédios históricos destruídos pela enchente que atingiu a cidade no início de 2011. A caixa misteriosa guardava exemplar do Jornal O Luizense, panfletos de programações culturais e um caderno com dados de cidades.

Em comum, todos esses objetos revelados nos últimos anos continham materiais que marcavam a época em que foram enterrados, como moedas, jornais e atas de eventos.

Para Antonio Cesar de Almeida Santos, professor de História na Universidade Federal do Paraná (UFPR), o hábito de deixar vestígios é muito comum, embora não publicamente. "É mais comum em ambientes particulares, como quando encontramos caixas deixadas por nossos antepassados com objetos de época. Mas ambos os casos acabam cumprindo o mesmo papel ao aguçar a curiosidade alheia sobre os objetos."

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