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Urbanismo

Obras na Praça do Batel devem começar em junho

Fêmea de chimpanzé com filhote: "assassina por natureza" ou por graça das circunstâncias? | Reuters/Arquivo
Fêmea de chimpanzé com filhote: "assassina por natureza" ou por graça das circunstâncias? (Foto: Reuters/Arquivo)

As obras que irão separar a Praça Miguel Couto – a pracinha do Batel –, em Curitiba, devem começar no início de junho. A previsão é do administrador regional da prefeitura, Omar Akel, que se reuniu ontem com cerca de 50 moradores e comerciantes da região para apresentar o projeto e esclarecer dúvidas com relação às mudanças. "Isso vai acontecer. É uma solução que a cidade não consegue mais segurar. Muita gente não conhece o projeto e está reagindo pela dúvida e medo do desconhecido", afirma. O início das obras depende apenas do aval do prefeito Beto Richa.

A proposta do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) prevê a divisão da praça em dois blocos (veja as alterações no quadro). Com a mudança, o contorno que os motoristas fazem na praça para sair da Rua Carneiro Lobo e entrar na Rua Desembargador Costa Carvalho seria desnecessário, desafogando o trânsito. "De cada dez carros que chegam na praça, oito fazem esse percurso", conta Akel. Estudo do Ippuc aponta que o tráfego de veículos no local ficaria 32% mais livre em horários de pico. O novo trecho fará parte de um binário (duas ruas paralelas com sentidos contrários) que ligará os bairros Água Verde e Bigorrilho.

Entre as mudanças está a ampliação da praça em cerca de 300 metros quadrados e a transferência da feira gastronômica que acontece todas as terças-feiras e sábados na Rua Carneiro Lobo. O novo endereço deve ser a quadra da Rua Silveira Peixoto entre as avenidas do Batel e Visconde de Guarapuava. Akel conta que o projeto está sendo apresentado e discutido com empresários e feirantes. A via seria asfaltada e ganharia iluminação apropriada para o evento.

A comerciante Liliângela Mendonça Heidorn, da banca de jornais da praça, teme à mudança. "A gente fica com receio que isso acabe atrapalhando o nosso negócio. Toda mudança gera essa dúvida", conta. Ela se diz contrária às obras e defende outras alterações no trânsito que solucionariam o problema do congestionamento. A aposentada Sílvia Santos, que mora há 34 anos em um prédio ao lado da praça, também é contra a reforma. "Não adianta dar murro em ponta de faca. Eles acham que vai melhorar. Eu não sei. Só depois de feito", afirma. Ela aponta como principal problema a enorme frota de veículos em Curitiba.

Avanço

Já o presidente da Associação de Condomínios do Batel, Paulo Nascimento, vê o projeto como um avanço de uma discussão que já vinha acontecendo havia seis anos. "A única alternativa apresentada para a melhoria do trânsito é essa. Uma das primeiras necessidades é essa ‘cirurgia’", avalia. "Ninguém está acabando com a memória da praça. Não existe o pensamento de estragar. Infelizmente, sempre tem alguém contrário", acrescenta. Nascimento adianta que já existem estudos para transformar o novo espaço em um ponto de encontro 24 horas. "Vai ser bom para o comércio", afirma Jucelino Inácio da Rocha, funcionário de uma floricultura da praça.

O assunto sempre gerou polêmica. A última vez que o assunto veio à tona foi no início do mês, quando o ex-prefeito e atual presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca (PMDB), afirmou que aceitaria ser novamente candidato à prefeitura "para defender a pracinha do Batel".

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