Dias sem água
A situação mais complicada para os moradores da região começou na segunda-feira da semana passada (22). O abastecimento foi interrompido naquele dia e só começou a normalizar na tarde de quinta-feira (25), mas com uma vazão "tão fraca que não sobe para a caixa, temos que buscar de balde", segundo Luis Sassi.
A Sanepar explica que houve um rompimento na adutora antiga por volta de meio-dia de terça-feira (23), durante obras da própria companhia. Ao retomar o bombeamento de água, foi descoberto um novo vazamento causado pela empresa de telefonia Oi, que criou um bolsão que impediu a chegada da água em determinadas regiões, mesmo após conserto.
O problema, segundo a empresa de saneamento, foi que a Oi não a informou do rompimento do cano, situação que teria ocorrido quatro vezes nos últimos dois meses. A Oi informou, via assessoria, que atingiu apenas um cano desativado da Sanepar, de forma que não causou "nenhum transtorno aos dutos ativos" da companhia de água.
Há cerca de sete meses a falta de água virou rotina para os moradores dos bairros Arruda e Santa Tereza, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. A duplicação da PR-417, conhecida como Rodovia da Uva, obrigou a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) a construir cinco quilômetros de uma nova adutora em paralelo à obra do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). O resultado são interrupções constantes no abastecimento de água.
Morador da região há sete meses, o analista de sistemas Luis Fabiano Sassi explica que "é raro o dia em que não falte água". Moradores relatam que o abastecimento costuma ser interrompido pela manhã e volta no final da tarde, muitas vezes com vazão fraca, e "já tivemos problema de vir água com barro", conta a comerciante Vera Lucia, moradora e dona de uma padaria na região.
Iolanda Chotte vive há 35 anos na região e conta que nunca antes houve uma falta de água tão constante como nos últimos meses. Prevenida, a cozinheira diz não ter tantos problemas quanto os vizinhos: mora ela e a filha em uma casa com duas caixas d'água, o que garante estoque para o dia-a-dia.
Outro lado
Duas redes de abastecimento de água, uma mais antiga, de ferro, e outra mais nova, de pvc, estão enterradas sob o terreno que irá tornar-se a nova pista da Rodovia da Uva com o término das obras, previstas para outubro de 2015. Para não ficar com os dutos sob o asfalto, a Sanepar está fazendo um trabalho conjunto com a empreiteira Leão Engenharia, contratada pelo DER para a reforma da estrada.
A Sanepar confirma que as obras têm causado interrupções constantes no abastecimento de água, mas garante que são paradas programadas, informadas à população com avisos de utilidade pública.
O problema, segundo a empresa, seria a ação de outras empreiteiras que não a contratada pelo DER na área. "São casos imprevistos que fogem ao controle da empresa", relata a assessoria, que pede à população que informe quando houver falta de água ou detectar um vazamento pelo telefone 115.
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