Curitiba O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou para 2008 o início das obras de ampliação da pista principal do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. As mudanças permitirão que toda a exportação por via aérea de produtos paranaenses industrializados seja feita pelo Afonso Pena. Atualmente, o aeroporto transporta apenas 4% desse montante por não ter estrutura física compatível.
O restante é encaminhado aos aeroportos de Viracopos, em Campinas, ou Guarulhos, em São Paulo, com uma perda operacional anual de cerca de R$ 13 milhões.
A modificação foi anunciada oficialmente pela Infraero em janeiro de 2006 e ainda não saiu do papel porque espera o licenciamento ambiental. A sua inclusão na lista de promessas do Programa de Aceleração do Crescimento, anunciado em janeiro pelo governo federal, foi considerada apenas uma estratégia "política" pela oposição, uma vez que o processo para a realização das alterações já estava em andamento, com recursos da Infraero.
A lembrança do Afonso Pena, defende Paulo Bernardo por outro lado, é uma preocupação para que a ampliação se efetive. "Temos projetos em outros 22 aeroportos no país. No caso do Afonso Pena, os investimentos para a ampliação da pista, R$ 136 milhões, serão feitos com recursos da Infraero. No futuro, quando fizermos modificações também na área de passageiros, por exemplo, poderemos utilizar as parcerias público-privadas", explica.
Para os empresários paranaenses, a alteração é uma solução de curto prazo. Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) mostra que R$ 170 milhões cobririam os custos de uma terceira pista no aeroporto, garantindo o escoamento das exportações sintonizadas com as metas de crescimento previstas para o futuro.
"A ampliação recupera apenas um atraso, sem contemplar o crescimento da indústria paranaense", diz Paulo Ceschin, coordenador do conselho temático de infra-estrutura da Fiep. A terceira pista, segundo a Fiep, atrairia, entre outros benefícios, mais empresas para o Paraná, mas sofre resistências porque exigiria desapropriações de terrenos da região.