Viva Barigui
Projeto prevê recuperar curso dágua e criar dois parques
As obras no Rio Barigui fazem parte do Projeto Viva Barigui, de revitalização de todo o curso dágua que corta 23 bairros da cidade. A segunda etapa de drenagem, no trecho entre os bairros Fazendinha e Abranches, ainda não tem data para começar. Segundo o prefeito Luciano Ducci, a prefeitura vai buscar novas verbas com o PAC para os trabalhos nessa região.
Além da recuperação de todo o trecho, os parques Barigui, São Lourenço e Tingui, cortados pelo rio, passam por obras de drenagem, rebaixamento e retirada do excesso de lodo, o que deve, segundo a prefeitura, diminuir os alagamentos. A previsão da administração municipal é que em setembro deste ano os trabalhos nos três parques sejam finalizados.
Dentro do projeto Viva Barigui, outros dois parques serão construídos. No bairro Fazendinha, a prefeitura planeja a construção do Parque Vila Rigoni. Para a Cidade Industrial, será construído o Parque Bernardo Meyer, na rua de mesmo nome. O objetivo, segundo o poder público da cidade, é evitar que esses locais sejam ocupados irregularmente por famílias e evitar novas enchentes ao longo do leito do rio.
Drenagem
A prefeitura pretende realizar trabalhos de recuperação do leito de outros cursos dágua da capital. Para isso, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) realiza estudos e audiências públicas para lançar o Plano Diretor de Drenagem da cidade, para coordenar os projetos de revitalização dos rios do município. O plano ainda está em fase de estudos e não tem data para ser lançado.
O presidente do IPPUC, Clever de Almeida, não sabe quais são os pontos mais críticos das áreas próximas a rios na cidade, apesar de os trabalhos de recuperação em alguns deles já terem começado. "As ações vão depender da situação de cada trecho dos diferentes leitos. Cada bacia tem um volume de água, uma população em volta, e diferentes trechos com problemas", explica.
Quem vive nas proximidades do Rio Barigui, em Curitiba, teve ontem um alento no combate às recorrentes inundações: com a autorização da prefeitura para a licitação de obras de drenagem em um trecho de 22 quilômetros do rio, que devem começar em 90 dias, a esperança é que o problema seja minimizado.
Na primeira etapa de recuperação do rio a prefeitura pretende realizar trabalhos de drenagem, alargamento, afundamento e criação de áreas de preservação nas margens. O trecho atendido compreende áreas entre os bairros Fazendinha e Caximba, no limite com Fazenda Rio Grande. Serão investidos R$ 18 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os moradores do Fazendinha que vivem às margens do Rio Barigui contam que os alagamentos se agravaram há cerca de dez anos. Dono de uma autoelétrica na Rua Waldemar Cavanha, Antônio Gilmar de Souza mora no local há 32 anos e enfrentou a última inundação no fim do mês passado. O volume de água fez o rio invadir seu ponto comercial. "Eu já perdi todos os meus móveis outras vezes", lembra ele, indignado.
A dona de casa Maria Penha da Silva vive na mesma rua desde 1997. Assim como outros moradores, as enchentes constantes a fizeram elevar a altura do terreno. Mesmo assim, Maria convive com o medo a cada chuva forte. O problema é agravado por causa de um córrego, afluente do Barigui, perto de sua casa. "Uma hora de chuva forte e a água chega perto da minha calçada".
A limpeza no Rio Barigui também é a esperança de cerca de 300 famílias da Vila Vitória Régia, na CIC Sul. De acordo com a presidente da Associação de Moradores da Vila Vitória Régia, Vanilde Tiburcio de Souza, a água atinge até dois metros de altura em alguns pontos. "O problema não é maior por causa de um canal paralelo [ao rio] que foi alargado no mês passado".
Atrasada
O professor de Engenharia Ambiental Carlos de Mello Garcias, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), diz que o ideal seria que a recuperação de rios como o Barigui tivesse começado na década de 1980, quando as cheias eram pontuais. Se em décadas anteriores esses eventos eram espaçados, segundo o professor, eles hoje são cada vez mais recorrentes.
Garcias cita que a canalização dos rios que passam pelo Centro, realizada na década de 1950, leva dificuldades agora para as regiões da foz. "Além de não ter resolvido o problema no Centro, a situação hoje também se agrava nas outras áreas". Um dos rios mencionados pelo professor é o Rio Belém, para o qual ele tem um projeto de recuperação do leito. "O ideal é não mexer no curso do rio, mas envolver moradores para evitar que o lixo vá parar na água."
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