O sociólogo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Cézar Bueno defende que um pacto desta magnitude precisa envolver questões que restrinjam ainda mais o acesso a armas no Brasil. Dentro desta perspectiva, na avaliação dele, é preciso fortalecer o controle nas fronteiras, evitando a entrada de armas ilegais no país.
“É impensável um projeto que não envolva essas questões”, afirma. Apesar disso, ele defende a necessidade de uma ampla e profunda campanha que trabalhe a mudança da cultura da violência, permitindo espaço para resolução de conflitos e ocupação dos espaços urbanos. Na avaliação dele, essas ações necessitam principalmente de ações dos municípios e da sociedade civil. “É preciso educar o país pela perspectiva da cultura da tolerância. Vivemos hoje um acirramento grande da intolerância. É preciso mudar essa mentalidade. Além disso, é fundamental resgatarmos um conceito de cidades mais republicanas onde as pessoas convivam entre si, ocupando espaço nas cidades que sempre foi delas [como praças, parques]”, explica. Para ele, a violência está intimamente ligada à deterioração de políticas públicas. “Por isso, não pode ser apenas um pacto no papel”.