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Num momento em que só está realizando cirurgias de emergência por falta de material cirúrgico, o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) está impedido de usar R$ 1,1 milhão que tem em caixa, para resolver o problema. O motivo, segundo o diretor do hospital Giovanni Loddo, é a ocupação do prédio da Reitoria, que já dura dez dias. O HC só pode utilizar o dinheiro com o parecer da procuradoria federal, que está com as atividades paralisadas desde o início da ocupação. "Todos os nossos processos de compra têm de passar pela análise da procuradoria", diz Loddo.

O procurador federal da UFPR, Marcos Maliska, alerta que o HC pode ainda perder os prazos dos contratos. "Se um contrato está em vigência, as compras podem ser feitas. O problema é com os contratos que precisam ser renovados. Se não fizer renovação no prazo, uma nova licitação tem de ser feita", explica.

Ontem, cerca de 50 funcionários tiveram liberação para trabalhar no prédio, para dar andamento a compras para os restaurantes universitários e cuidar da folha de pagamento dos servidores. O reitor Carlos Augusto Moreira Júnior afirma, porém, que a folha de pagamento de 10 mil pessoas ainda não pôde ser processada e que é fundamental a continuidade do trabalho. Os três restaurantes universitários, que ficaram fechados ontem, não irão abrir também na segunda-feira por falta de alimentos. O movimento de ocupação irá definir neste fim de semana se a autorização para a entrada de servidores será mantida na segunda-feira. Segundo os estudantes, ontem, os servidores da Procuradoria Federal tinham autorização para entrar no prédio.

Os estudantes protestam contra o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que prevê aumento de vagas e de investimento, mas com a exigência de aprovação de 90% dos universitários. O movimento pede um plebiscito para discutir o programa que, segundo os manifestantes, pode pôr a qualidade de ensino em risco. O prazo para a adesão ao Reuni termina na segunda-feira. O programa já tem adesão de 27 universidades federais.

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