Há pouco mais de dois meses, a rotina do aposentado Osmar Ferreira, 74 anos, se divide entre a ocupação Tiradentes, na CIC, e a Ceasa, no Tatuquara. Pelo menos três vezes por semana, Ferreira acorda ainda de madrugada, por volta das 4 horas, e pega um ônibus até a Central, onde compra cerca de 20 quilos de alho. De lá, segue para o centro da capital para vender a mercadoria, carregando-a nas costas. Os pontos de vendas são alguns semáforos. “Não consigo sair todo dia”, conta.
Mas nem sempre a rotina de Ferreira foi, assim, difícil. Foi quando ele deixou uma chácara em Quitandinha, na Região Metropolitana de Curitiba, onde trabalhava para a família dona do imóvel que a situação piorou. Não queriam mais os serviços dele. “Plantava milho, fazia cerca, essas coisas de roça. Com a aposentadoria ganho um salário, mas fiz uns empréstimos e sobra R$ 300 para tudo”, conta.
Saiu de lá em direção a Curitiba, com a esposa Rosemil Ferreira, de 55 anos. Soube pelo neto que havia um terreno para ele na invasão do dia 21 de abril deste ano. Era a oportunidade que precisava. “Fiquei sabendo da notícia. Fiquei 20 dias aqui sozinho. Estou inscrito na Cohab”, relata, revelando que considera o “imóvel” conquistado ali o primeiro de toda uma vida.
Em situação mais difícil está Maria Santos*. Com três filhos, com idades entre 2 e 12 anos, ela veio de Piraquara para a ocupação fugida do marido, que batia nela. Em busca de um teto, foi parar na Tiradentes. “Morava com a minha filha [mais velha] depois que separei. Trabalhava no barracão de reciclagem, mas agora não posso deixar meus filhos que não têm escola para procurar serviço”, conta.
*Nome fictício.
Governo promete reforma, mas evita falar em corte de gastos com servidores
Idade mínima para militares é insuficiente e benefício integral tem de acabar, diz CLP
“Vamos falar quando tudo acabar” diz Tomás Paiva sobre operação “Contragolpe”
Boicote do Carrefour gera reação do Congresso e frustra expectativas para acordo Mercosul-UE
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião