A Associação dos Oficiais Policiais e Bombeiros Militares do Paraná (Assofepar) pediu providências, por meio de ofício, à Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) sobre vazamentos de informações de uma investigação que prendeu policiais militares. Oito PMs foram presos na última semana. Eles são suspeitos de participar de 17 ocorrências, nas quais 12 pessoas morreram e 16 ficaram feridas em Londrina, em janeiro deste ano. A investigação estava sob sigilo judicial, revogado nesta semana.
De acordo com o ofício da Associação, foi constatado que órgãos de imprensa sabiam os endereços dos policiais alvos da ação antes da tropa que cumpriria os mandados de prisão. “Quando da chegada das equipes, que receberam informações sobre os endereços minutos antes da ação, lá estavam veículos de comunicação postados para registrar e divulgar a prisão e/ou condução dos acusados e testemunhas”, descreveu o texto.
O pedido foi divulgado em entrevista coletiva concedida pelo advogado da associação, Cláudio Dalledone Júnior, e o porta-voz da entidade, coronel Edson Fernando Paredes Barroso, na terça-feira (17). Dalledone, em nome da entidade, afirmou que tomará medidas judiciais cabíveis e solicitará uma apuração da Sesp sobre a conduta do delegado designado especialmente para investigar a chacina, Cristiano Augusto Quintas dos Santos, lotado no Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), unidade de elite da Polícia Civil.
“A espetacularização, a ridicularização, é que os oficiais não vão tolerar. Por isso, vamos tomar medidas. Vamos fazer interpelações judiciais, representações contra esse delegado. Tudo leva a crer que ele avisou a imprensa antes de avisar a tropa no cumprimento dos mandatos”, disse o advogado. Apesar das considerações contra o delegado, Dalledone e Barroso afirmaram serem a favor das investigações desde que elas sejam “sérias”.
O delegado Cristiano Augusto Quintas dos Santos afirmou que a Assofepar terá de provar as acusações feitas contra ele.
Outro questionamento feito sobre a conduta do delegado é a suposta divulgação ilegal de interceptações telefônicas para veículos de comunicação. A Assofepar também solicitou explicações sobre os motivos que levaram o delegado a pedir mandado de condução coercitiva contra policiais militares no caso. Além dos oito PMs presos, outros seis tiveram contra si mandados de condução coercitiva para prestar esclarecimentos na delegacia.
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