Antiguidade não é mais posto, pelo menos na Polícia Militar idealizada pelo novo "zero um" da corporação do Rio de Janeiro. O recém-nomeado comandante, coronel Erir Costa Filho, vai implantar uma nova metodologia para avaliar comandantes de batalhões e seus oficiais subordinados. A cada seis meses eles receberão conceitos como excelente, muito bom, bom, regular e insuficiente em suas fichas funcionais. No boletim da meritocracia, quem levar o conceito mais baixo duas vezes será submetido ao Conselho de Justificação, que julga oficiais, e pode acabar no banco de reserva da PM. A medida tem objetivo didático, pois vai exigir mais empenho dos que ocupam o topo da pirâmide hierárquica da corporação, gerando um efeito cascata sobre a tropa.
"A pró-atividade vai ter que vir de cima para baixo. Os líderes têm que dar o exemplo", frisou o comandante.
Para implementar o modelo de avaliação, que segue moldes de gestão comuns na iniciativa privada, o coronel Costa Filho pretende lançar mão do regulamento de promoções da corporação, que será revisto. As avaliações serão feitas pelos comandantes dos batalhões, que também serão avaliados por seus superiores - os comandantes de área. Semestralmente, eles serão obrigados a dar conceitos à atuação dos oficiais subordinados - capitão, major e tenente-coronel. As avaliações serão monitoradas pela Seção de Promoções, setor que vai ganhar fôlego com maior investimento na estrutura de pessoal e equipamentos.
Em São Paulo, coronel precisa de doutorado
Em São Paulo, há pelo menos dez anos todos os cem mil policiais militares passam por avaliações semestrais feitas por seus superiores, que ajudam a definir as promoções. Critérios como merecimento, antiguidade e a realização de cursos são considerados na hora de decidir se o PM vai mudar de patente. Além disso, eles têm metas para cumprir, que dependem da função que exercem.
Segundo o porta-voz da Polícia Militar, capitão Sérgio Marques, se o policial tiver notas ruins na avaliação repetidamente, pode ser submetido a um conselho de disciplina. A maior pena é a exclusão da corporação.
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