O diretor geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Bernard Vallat, disse nesta quinta-feira (30) que poderá recomendar a regionalização dos focos de febre aftosa durante a próxima conferência da entidade que se realizará em maio, em Paris. Vallet participa da 18ª Conferência da Comissão Regional da OIE para as Américas, que acontece no Centro de Eventos do Resort Costão do Santinho, em Florianópolis (SC).
Segundo o diretor, se as autoridades comprovarem que foram adotadas todas as medidas de segurança e controle dos focos ocorridos no Brasil com agilidade e atendida a legislação do organismo internacional, as restrições comerciais poderão ser impostas apenas a área afetada no Mato Grosso do Sul e no Paraná.
"Se houver uma rápida definição das condições epidemiológicas e de isolamento da área afetada poderemos adotar a regionalização", disse o representante da Comissão Regional da OIE para as Américas e diretor do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Jamil Gomes de Souza. "Para tanto, teremos que dar sustentação de que este episódio não ultrapassou aquela área", acrescentou.
A regionalização diminuiria com as restrições comerciais impostas por outros países no caso de ocorrência de doenças animais. Atualmente, 56 países mantêm algum tipo de embargo às carnes brasileiras devido à detecção de focos isolados no Mato Grosso do Sul e Paraná no ano passado.
A recomendação ainda é apenas um pleito e será avaliada por especialistas da OIE oriundos de todo o mundo durante o encontro anual da OIE em Maio, em Paris. Laboratórios
No domingo (03), tem início, também no Resort Costão do Santim, a Conferência Internacional de Laboratórios de Referência e Centros Colaboradores da OIE. O encontro termina na terça-feira (05/11) e reunirá representantes de mais de 150 laboratórios, originários de cerca de 30 países. "Está será a primeira vez que os maiores especialistas do mundo de todas as doenças animais vão se reunir. É um feito histórico para a OIE e também para o Brasil", afirmou Vallat.