Oito pessoas foram presas no Paraná nesta quarta-feira (24) por suspeita de estelionato. Ação foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR). A Operação Fênix é coordenada pelo Gaeco de Guarapuava, onde seria a sede da quadrilha. As prisões ocorreram nas cidades paranaenses de Cascavel, Medianeira, Bandeirantes e Guarapuava.
Vinte e três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Ourinhos, em São Paulo, em Lages, em Santa Catarina, além do Paraná (Cascavel, Medianeira, Bandeirantes, Guarapuava e também em Assis Chateaubriand, Ponta Grossa, Curiúva e Campo Mourão) na Operação Fênix.
Sessenta e cinco policiais participaram da operação. De acordo com o Ministério Público, a Operação Fênix é desdobramento da Operação Hydra, de 2012, na qual foram presas pessoas de uma quadrilha de Guarapuava suspeitas adulteração de combustíveis e a sonegação fiscal.
A investigação começou há cerca de um ano. Durante esse período, diversas provas foram produzidas por meio de interceptações telefônicas e outros mecanismos. Na semana passada, um pedido de denúncia foi apresentado à Justiça, que acatou a solicitação da prisão preventiva de oito pessoas e a apreensão dos documentos.
Nos mandados de busca e apreensão, segundo o agente de operações do Gaeco Marcelo Veigantes, há indícios de várias movimentações financeiras suspeitas. "Apreendemos contratos sociais de empresas, procurações, contratos de compra e venda, documentações de computador e uma série de registros que tem indícios da movimentação de dinheiro sujo que depois surge limpo em contas de empresas quentes", disse.
Veigantes relatou que todos os mandados de busca e apreensão, e também as prisões, foram cumpridas no estado. A partir de agora, uma análise desse material será feita e é possível que o Gaeco desencadeie novos passos na investigação.
Esquema
Segundo uma fonte do Gaeco de Guarapuava, a quadrilha falsificava documentos e assinaturas para criar empresas fantasmas e, posteriormente, conseguir empréstimos e fazer movimentações em instituições financeiras. Os suspeitos também trocavam cheques e solicitavam crédito rotativo. Um banco teria sido lesado em R$ 4 milhões.
Ao todo 18 pessoas foram denunciadas entre membros da quadrilha e pessoas que seriam laranjas. A acusação ocorreu pelos crimes falsidade documental ideológica, estelionato, coação no curso do processo, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O MP informou também que já existe pelo menos dez ações penais contra a quadrilha.
Em 18 de fevereiro, o Gaeco cumpriu mandados para o bloqueio e recolhimento de membros da quadrilha. O montante foi de aproximadamente R$ 20 milhões.